Brasil

Sexta-feira, 26 de março de 2021

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1. COVID-19 mata mais de 303 mil pessoas e Butantan cria vacina 100% brasileira

O Brasil já superou a marca de 303 mil pessoas mortas em decorrência da contaminação pelo coronavírus. Na quinta-feira, novo recorde de contaminados foi registrado: 97.586 pessoas infectadas em 24 horas. É o maior número desde o dia 17 (90.830 doentes). Até a noite de ontem, o país somava 12,3 milhões de pessoas com Covid-19. Uma boa notícia foi divulgada pelo Instituto Butantan, do governo de São Paulo. O órgão anunciou ter conseguido criar uma vacina experimental 100% brasileira e pediu autorização do governo para iniciar os testes e obter a validação da Butanvac. O instituto é o responsável pela produção e envase da Coronavac, principal imunizante utilizado no Brasil atualmente.

O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prometeu nesta semana triplicar a quantidade de pessoas vacinadas, chegando a 1 milhão por dia. Na última semana, a média diária foi de 421,2 mil. Já foram aplicadas 18.590.208 doses de vacina (14.074.577 da primeira dose e 4.515.631 da segunda dose). Isso representa apenas 8,75% da população com mais de 18 anos com uma dose e 2,81% com a imunização completa. Na tentativa de conter a doença, São Paulo, Rio de Janeiro e importantes capitais e cidades testam modelos de lockdown. No caso da capital paulista, as medidas entraram em vigor hoje e valerão até 4 de abril.

O Estado de S. Paulo: Butantan cria vacina brasileira contra Covid
Folha de S.Paulo: Brasil bate sucessivos recordes ruins na pandemia
UOL: Sem dizer como, ministro promete triplicar vacinação
G1: Leia mais notícias sobre a pandemia
Our World in Data: Acompanhe a vacinação no Brasil e no mundo

2. Bolsonaro acena recuo, cria comitê antiCovid, mas não escapa de críticas

Após um ano de pandemia de coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro mudou o tom de seu discurso e acenou um recuo de posicionamento com relação à doença. O chefe do Executivo ressaltou em pronunciamento à nação que vai acelerar a vacinação no país, reuniu-se com governadores aliados, ministros e os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal e criou comitê de coordenação de ações nacionais contra a disseminação da doença.

A reunião foi criticada por governadores excluídos da lista de convidados, como João Doria, de São Paulo, e não inibiu o presidente da Câmara, Arthur Lira, de dizer horas depois que os “remédios políticos” no Congresso contra a “espiral de erros” no combate à pandemia são “conhecidos”, “amargos” e alguns, “fatais”, sem mencionar um eventual processo de impeachment presidencial. Segundo Bolsonaro, o pacto nacional vai “redirecionar o rumo do combate ao coronavírus”.

O Estado de S. Paulo: Bolsonaro recua e cria comitê contra Covid-19
O Globo: Presidente da Câmara faz discurso em tom de ameaça
O Estado de S. Paulo: Em pronunciamento, presidente omite e distorce fatos

3. Economistas e empresários cobram ação eficaz do governo contra Covid-19

Economistas, banqueiros e empresários das mais variadas correntes de pensamento divulgaram carta aberta cobrando do governo federal medidas mais eficazes no combate à pandemia de COVID-19 para evitar um dano muito maior do já consolidado no país. São mais de 1.500 assinaturas no documento, que alerta: “É fundamental que a partir de agora as políticas públicas sejam alicerçadas em dados, informações confiáveis e evidência científica. Não há mais tempo para perder em debates estéreis e notícias falsas”.

Enviada ao presidente Jair Bolsonaro, Congresso e Supremo Tribunal Federal, a carta relata a falta de uma política pública eficaz resulta em perda tributária federal de R$ 58 bilhões e que o atraso da vacinação custará R$ 131,4 bilhões aos cofres públicos neste ano. O presidente rebateu críticas: “Alguns querem que eu decrete um lockdown, me chamam de negacionista ou de ter um discurso agressivo. Respeitem a ciência, [lockdown] não deu certo”, disse, deturpando informações da Organização Mundial da Saúde.

Folha de S.Paulo: Manifesto cobra ações efetivas do governo contra Covid
O Estado de S. Paulo: ‘Respeitem a ciência, lockdown não deu certo’, diz Bolsonaro
Valor Econômico: Empresas atuam para tentar conter colapso nacional
Folha de S.Paulo: Leia a íntegra do manifesto

4. Orçamento privilegia militares e obras; saúde e gastos sociais perdem espaço

O Congresso aprovou ontem o projeto de Orçamento de 2021 com a transferência de R$ 26,5 bilhões de seguro-desemprego, abono salarial e Previdência Social para bancar obras previstas em emendas parlamentares. Militares também foram privilegiados. As Forças Armadas terão 22% de todo o montante de investimentos federais neste ano e ficarão com R$ 8,3 bilhões dos R$ 37,8 bilhões previstos para todos os ministérios investirem.

Os investimentos para a Saúde, por exemplo, caíram de R$ 125,2 bilhões para R$ 125 bilhões. Considerando a queda nominal e de recursos extraordinários que poderiam ser remanejados, a pasta terá R$ 36 bilhões a menos. Os militares também terão reajuste, o que deve consumir outros R$ 7,1 bilhões. Os demais servidores federais estão com os salários congelados até dezembro.

Folha de S.Paulo: Congresso turbina emendas no Orçamento
O Estado de S. Paulo: Orçamento dá 1/5 dos investimentos aos militares

5. STF vê parcialidade de Sergio Moro e anula provas e processo contra Lula

A Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) anulou todo o processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a posse de uma apartamento de luxo no litoral de São Paulo. A condenação já havia sido anulada em outra decisão do Supremo, mas agora o caso terá de ser retomado da estaca zero pelos investigadores, pois as provas apresentadas não têm mais validade.

A decisão do STF foi considerada uma das maiores derrotas sofridas pela Operação Lava Jato. Segundo especialistas, a suspeição sobre o ex-ministro da Justiça quando de sua atuação como juiz é válida apenas para o caso do triplex. Um dia depois do anúncio do Supremo, Moro disse estar “tranquilo” sobre os “acertos” das decisões que ele tomou enquanto juiz. “O Brasil não pode retroceder e destruir o passado recente de combate à corrupção”, disse em nota.

Folha de S.Paulo: STF diz que juiz Moro foi parcial contra Lula
O Estado de S. Paulo: ‘O Brasil não pode retroceder’, afirma Moro
O Globo: Processo volta à estaca zero com a decisão