Brasil

Sexta-feira, 27 de Março de 2020

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1. Bolsonaro é desafiado por governadores e entidades

Ficar ou não em casa em quarentena, devido ao aumento de casos de coronavírus no país, levou o presidente Jair Bolsonaro a ser alvo de fortes críticas nos mais diversos níveis. Em pronunciamento à nação, o chefe do Executivo afirmou ser contrário ao isolamento de toda a população, defendeu a reabertura do comércio e de escolas e volta à normalidade para que o remédio contra a doença não mate o país com crise econômica sem precedentes. A fala do presidente foi duramente criticada por governadores, que disseram que não mudarão suas estratégias de confinamento da população e afirmaram que o presidente foi “equivocado” e agiu na contramão do que está sendo feito em todo o mundo. Entidades ligadas à saúde, cientistas e mídia classificaram as palavras de Bolsonaro como “discurso da morte” e “irresponsável”. O ministro da Saúde tentou explicar as palavras do presidente e disse que ele expôs uma preocupação econômica. O vice-presidente, no entanto, afirmou que a política do governo federal, no momento, é a de estimular o isolamento social devido à doença. Ontem, o governo de Santa Catarina decidiu autorizar a reabertura do comércio e a retomada de serviços de vários segmentos a partir do dia 1º. Todavia, manteve a proibição do transporte público e a proibição de entrada em veículos de outros estados e países.

Valor Econômico: Presidente critica governadores e pede ‘volta à normalidade’
Governo Federal: Assista à íntegra do pronunciamento do presidente
Folha de S.Paulo: Bolsonaro é ignorado por governadores
UOL: Veja discussão entre governador de SP e o presidente
Folha de S.Paulo: O que o presidente já disse sobre coronavírus
Folha de S.Paulo: Veja notícias sobre a pandemia em tempo real

2. Duração de quarentena divide opinião de empresários no país 

O tempo de quarentena e sua amplitude preocupam os principais empresários brasileiros. Após o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro defendendo o isolamento social  verticalizado, em que maiores de 60 anos, jovens com sintomas de gripe e portadores de doenças crônicas permaneçam em suas casas, líderes de grandes empresas avaliam que se as ações contra o coronavírus forem mal calibradas pelo governo, isso pode deixar pessoas no isolamento por mais tempo do que o necessário para efeito de proteção contra a doença e prejudicar de forma injustificável a economia. As medidas restritivas de circulação e funcionamento do comércio já adotadas nos estados afetaram operações de indústrias e terão impacto no crescimento do país, com cenário de recessão ainda neste ano. De outro lado, outros empresários defendem medidas extremas para proteção à vida. O consenso entre eles é que o governo federal tem de alinhar as estratégias econômica, social e de saúde com o Congresso, estados e municípios. Por enquanto, a equipe econômica já começa a trabalhar com a possibilidade de retomar gradualmente as atividades a partir de 7 de abril.

Folha de S.Paulo: Tempo de quarentena e saúde dividem empresários
O Globo: Empresários discutem tempo certo para retomar atividades
Valor Econômico: Empresária pede calma e previsibilidade
O Estado de S. Paulo: Governo prevê retorno gradual de atividades no dia 7
Valor Econômico: Para área econômica, isolamento total é temerário

3. Renda básica emergencial de R$ 600 é aprovada na Câmara

Deputados aprovaram na noite de ontem a concessão de auxílio de R$ 600 para trabalhadores informais e pessoas com deficiência que aguardam a liberação de benefício da Previdência Social. A medida foi avalizada pelo presidente Jair Bolsonaro. Os parlamentares pressionavam o governo para aumentar o valor inicial proposto pelo Executivo de R$ 200 para R$ 500, mas logo em seguida receberam a notícia de que o presidente estaria disposto a pagar R$ 600. Com a aprovação, o texto será enviado ao Senado. O auxílio será pago durante três meses e o prazo poderá ser prorrogado enquanto o estado de calamidade pública durar. Para mulheres provedoras de famílias, o valor subirá para R$ 1.200. O benefício custará aos cofres ao menos R$ 60 milhões. Os beneficiários precisam ter renda mensal per capita de até meio salário mínimo (R$ 552,50) ou a renda familiar mensal de até três salários mínimos (R$ 3.135).

O Estado de S. Paulo: Com aval de Bolsonaro, deputados aprovam benefício
O Estado de S. Paulo: Governo libera apenas 36% da ajuda prometida

4. Governo libera uso de 17 tipos de testes rápidos para o coronavírus

O governo já aprovou o registro de 17 novos testes rápidos de detecção do coronavírus no país. Os produtos ainda não são comercializados para a população e a venda é restrita a laboratórios e hospitais. Os testes rápidos identificam em até meia hora a presença de anticorpos para a doença, por isso necessitam de exames complementares para confirmação ou não da infecção. Outros, já utilizados em larga escala no país, utilizam a técnica PCR e fazem análise genética com base na coleta de muco ou saliva para identificar o coronavírus. O grau de precisão é alto, mas o resultado pode demorar até dois dias para sair. O Ministério da Saúde pretende utilizar os testes rápidos em postos volantes para verificação de casos leves e para se certificar da possibilidade de profissionais das áreas de saúde e segurança que estão em quarentena poderem voltar ao trabalho.

Folha de S.Paulo: Governo aprova utilização de 17 testes rápidos
O Estado de S. Paulo: O que se sabe sobre a doença
Ministério da Saúde: Acompanhe boletins informativos do governo
OMS: Veja relatório global da OMS
G1: Assista a vídeos de orientação sobre o coronavírus

5. Home office pode ser mais produtivo, dizem especialistas

Quem está trabalhando de casa já deve ter percebido que há extremos: ou o profissional trabalha em dobro ou as distrações tiram seu foco. “É uma situação bem extraordinária, que costuma exigir uma capacitação mais demorada nas empresas”, diz André Brik, consultor especialista em trabalho remoto do Instituto do Trabalho Portátil. André Bax, coach de carreira, explica que é necessário ter de um local de trabalho em casa, pode ser um quarto ou uma sala, e definir horários. Além disso, vestir-se adequadamente, estabelecer rotinas e fazer pausas são essenciais neste momento. E igualmente importante é estabelecer limites. “Se você estabelece expectativas e se atém a elas, como por exemplo realmente parar de trabalhar às 17h, as pessoas entendem seus limites em vez de assumirem que você está disponível”, diz Carolyn O’Hara, autora de artigo publicado na Harvard Business Review. Uma vez definido o plano de home office, o próximo passo é evitar o sedentarismo. E, para isso, muitas são as opções de aulas e as dicas para manter atividade física mesmo em quarentena.

Folha de S.Paulo: Veja como se adaptar melhor ao trabalho em casa
G1: Especialista fala sobre como manter produtividade
O Estado de S. Paulo: Veja opções para malhar em casa
Exame: 5 dicas práticas para manter o foco no home office