Brasil

Sexta-feira, 28 de Fevereiro de 2020

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1. Bolsa cai após confirmação de coronavírus no país

O mercado financeiro reabriu sob o impacto da confirmação do primeiro caso do coronavírus no Brasil. A Bolsa de Valores teve queda de 7% na quarta-feira e prosseguiu em ritmo de perdas desde então. Bolsas de outros países estavam em queda durante o Carnaval e o ajuste brasileiro era esperado. Em termos de valor de mercado, a perda das companhias reunidas no índice Ibovespa superou R$ 260 bilhões, o pior desempenho da bolsa desde 18 de maio de 2017. O dólar prosseguiu em valorização. Na quinta-feira, chegou a R$ 4,483. Na manhã desta sexta-feira, abriu o mercado com cotação de R$ 4,50. Os impactos do novo coronavírus são, por enquanto, preocupação maior para a equipe econômica do que o agravamento da turbulência política e o esgarçamento da relação entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso. O cenário internacional se agravou demais nas últimas duas semanas e está forçando os técnicos a revisitarem os cenários para o nível de atividade. Ontem, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou que a doença pode afetar o crescimento global e que é preciso esperar para saber quais serão os efeitos no Brasil. “Se a gente tiver uma queda muito forte na projeção de crescimento mundial, afeta todo o mundo e o Brasil também”, disse.

Valor Econômico: Chegada do coronavírus derruba bolsa
Folha de S.Paulo: Dólar dispara e atinge R$ 4,50
Folha de S.Paulo: Doença pode impactar crescimento brasileiro, diz secretário

2. Governo monitora casos e antecipa vacina contra gripe

O primeiro caso confirmado de um brasileiro que contraiu o novo coronavírus é importado e foi diagnosticado em paciente que veio da Itália. Outros casos suspeitos estão sendo analisados pelas autoridades de saúde. Mesmo a doença tendo baixo índice de letalidade quando comparada a outros surtos internacionais, o assunto predomina na mídia e o clima ainda é de apreensão no país. O Ministério da Saúde anunciou a antecipação da vacina contra a gripe para o próximo dia 23. A imunização ajudará a reduzir casos comuns de gripe e fortalecer a imunidade da população e dará maior assertividade aos médicos no diagnóstico de pacientes com suspeita de contágio pelo coronavírus, que tem sintomas parecidos. A chefe da Organização Mundial de Saúde no Brasil, Socorro Gross, afirmou que “não há motivo para pânico”. “Esse vírus, que é novo, nós conhecemos mais que outros, temos mais informação e pesquisa”, disse. O médico e ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu calma à população e disse que cuidados com higiene e busca de informação confiável é o melhor a se fazer no momento. “Se formos contar quantas pessoas morrem de tuberculose por ano, passa de 1 milhão. O Brasil, no ano passado, teve epidemia de dengue com 700 mortos. Tivemos mortes por sarampo. Só que isso não causa mais a reação de pânico”, afirmou. O novo coronavírus já infectou mais de 83 mil pessoas e matou ao menos 2.800 em 57 países ou territórios.

O Globo: Governo avalia casos suspeitos e antecipa vacina contra a gripe
Folha de S.Paulo: Se repetir cenário da China, coronavírus é administrável no país
O Globo: OMS diz que não há motivo para pânico no Brasil
Folha de S.Paulo: Veja o que já se sabe sobre novo coronavírus

3. Bolsonaro apoia ato contra STF e Congresso, mas depois recua

Aumentou o mal-estar político entre o presidente Jair Bolsonaro, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso. O chefe do Executivo compartilhou em um grupo de WhatsApp convocação de protesto contra os poderes Judiciário e Legislativo marcado para o dia 15. O ato endossa afirmação do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, de que parlamentares chantageiam o governo para usar o Orçamento em favor deles. Após repercussão negativa, o presidente se disse alvo da imprensa, pois tratava-se de conversa pessoal. Ontem, o discurso mudou. O presidente disse que a gravação foi feita em 2015. O vídeo, no entanto, traz também cenas de quando ele foi esfaqueado, em 2018. Uma das mais fortes reações partiu do ministro Celso de Mello, o mais antigo ocupante de cadeira do STF. Para ele, o gesto “demonstra uma visão indigna de quem não está à altura do altíssimo cargo que exerce” e “traduz desapreço” ao princípio democrático. Os presidentes do Senado e da Câmara também criticaram a ação. Oficialmente, Bolsonaro proibiu seus ministros de incentivarem o protesto. No governo, no entanto, o receio é que parlamentares atuem contra o governo em votações estratégicas.

Folha de S.Paulo: Bolsonaro cobra votações e nega ter incitado protestos
O Estado de S. Paulo: Equipe econômica teme crise e pautas-bomba
Valor Econômico: Organizadores de ato valorizam visão militar
Folha de S.Paulo: ‘Presidente não pode tudo’, afirma ministro do STF

4. Partido do presidente admite não disputar eleição deste ano

O Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro pretende legalizar, admitiu nesta semana que é pouco provável que esteja regularizado para a eleição deste ano. O Tribunal Superior Eleitoral havia registrado menos de 20% das 492 mil assinaturas de filiação necessárias para registrar a agremiação até o final da tarde de quarta-feira. Segundo o partido, foram coletadas mais de 1 milhão de assinaturas, mas elas não foram reconhecidas nos cartórios eleitorais. Diante da dificuldade, o advogado e segundo vice-presidente do partido, Luís Felipe Belmonte dos Santos, afirmou que agora não há mais pressa para oficializar a legenda. “O presidente não está pensando na próxima eleição, mas na próxima geração. O presidente não quer quantidade, mas qualidade. Ele quer pessoas de confiança para evitar que se repita o que houve com o PSL”, afirmou em referência ao partido pelo qual Bolsonaro se elegeu, e do qual se desfiliou em novembro.

O Estado de S. Paulo: Partido de Bolsonaro fica fora das eleições deste ano

5. Idosos elevam despesas com saúde em R$ 50,7 bilhões

O envelhecimento populacional exigirá gastos adicionais de R$ 50,7 bilhões em saúde até 2027. A estimativa é da Secretaria do Tesouro Nacional. Segundo o estudo de impacto demográfico, somente em 2027 serão gastos R$ 10,6 bilhões a mais. O Orçamento federal deste ano para o setor da Saúde é de R$ 135 bilhões. O aumento da população idosa, calculado pelo  IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), seguirá acelerado. As pessoas com 65 anos ou mais representavam 10,5% em 2018. Em 2027, segundo o IBGE, deve chegar a 12,35% do total de brasileiros. Para estimar o impacto da evolução demográfica nas despesas com saúde, o governo considerou os gastos em assistência farmacêutica e de atenção de média e de alta complexidade, nos atendimentos de caráter hospitalar e ambulatorial.

O Globo: Envelhecimento exigirá gasto extra de R$ 50,7 bilhões