Brasil

Sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

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1. País espera 15 milhões de vacinas em fevereiro e descobre vírus mutante

O Instituto Butantan e a Fiocruz estimam que poderão ter mais 15 milhões de doses de vacina contra o coronavírus em fevereiro, sendo 5 milhões da Coronavac e 10 milhões da AstraZeneca. A segunda onda da pandemia tem uma nova variante do vírus já detectada em outros estados e no exterior. A ocupação de leitos em UTI beira a capacidade máxima em muitas localidades. Pesquisa mundial aponta o Brasil como o pior entre 98 países na gestão pública de combate à pandemia. O país tem mais de 221 mil mortos e 9 milhões de pessoas contaminadas.

O país não conseguiu unificar até agora os critérios de vacinação, o que tem causado desinformação devido às regras diferenciadas entre os municípios e estados. Paralelamente à situação de descontrole na campanha de imunização, empresários que representam 45% do PIB (Produto Interno Bruto) obtiveram aval do presidente Jair Bolsonaro à negociação de importação de vacinas para seus funcionários, sob a condição de doar ao menos metade para a rede pública. A iniciativa abriu discussão ética sobre o uso privilegiado do medicamento.

O Globo: Brasil terá mais 15 milhões de doses de vacina
UOL: Nova variante do Covid está em todo país
Folha de S.Paulo: Brasil é o pior em gestão da pandemia
O Globo: Com aval de Bolsonaro, entidades buscam vacina
Valor Econômico: Grandes empresas temem reação negativa
G1: Acompanhe notícias sobre a pandemia

2. Aumento de casos de Covid reacende discussão sobre auxílio emergencial

O agravamento da pandemia reacendeu a discussão sobre a volta do auxílio emergencial. Pesquisa aponta que a popularidade do presidente Jair Bolsonaro caiu de 37% para 31% na avaliação ótimo/bom. A reativação do benefício tem forte oposição por parte do setor privado, que vê ineficácia do governo federal na pandemia, com impactos políticos e econômicos.

Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, caso o índice de mortes persista acelerado, o auxílio pode voltar, mas com o congelamento de verbas para saúde e educação por meio de uma nova decretação de calamidade pública. Pesquisa aponta que 69% dos brasileiros que receberam a ajuda não encontraram outra fonte de renda para substituir o benefício. No Congresso, o assunto está na pauta de fevereiro, após eleição dos novos presidentes do Senado e da Câmara.

Valor Econômico: Piora da pandemia eleva pressão por novo auxílio
Folha de S.Paulo: Guedes admite volta do auxílio emergencial
Valor Econômico: Para empresários, crise política compromete retomada
Folha de S.Paulo: 69% dos beneficiados pelo auxílio não acharam outra renda

3. Investimento estrangeiro no Brasil tem queda de 50% em 2020, afirma Unctad

O Brasil sofreu a maior queda de investimento estrangeiro entre os países emergentes no ano passado. Caiu 50% na comparação entre 2019 e 2020. Os dados preliminares foram divulgados pela Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento). Segundo o relatório, a entrada de capital externo totalizou US$ 33 bilhões em 2020 e, com isso, a economia brasileira caiu da sexta para a oitava posição no ranking da entidade ligada à ONU.

O fluxo de investimento estrangeiro nos países da América Latina caiu 37% no ano passado. Na América do Sul, diminuiu 46%, totalizando cerca de US$ 60 bilhões. Peru (76%), Brasil (50%), Colômbia (49%) e Argentina (47%) tiveram as maiores quedas. Segundo a Unctad, o desempenho brasileiro se deve à “pausa” nas privatizações e concessões na pandemia e problemas estruturais.

Valor Econômico: Investimento estrangeiro cai 50% em 2020

4. Endividamento familiar é recorde dos últimos 15 anos, mas inadimplência cai

O endividamento das famílias brasileiras bateu recorde em 2020. De acordo com o Banco Central, a população concentrou 50,26% da dívida no sistema financeiro em 12 meses, segundo os dados mais recentes, de outubro. O alto índice de renegociações impactou o resultado. Esse foi o maior percentual desde 2005 e uma taxa superior aos 44,79% verificados em 2019. Quando detalhado, esse endividamento compromete, em média, a 21,65% da renda familiar, frente a 20,14% em 2019.

A boa notícia dada pelo Banco Central foi a queda da inadimplência no país. Segundo o levantamento, a taxa de atraso nos pagamentos caiu de 5,6% para 4,5% entre pessoas físicas. Analistas, no entanto, alertam para o risco de o cenário ser deteriorado ao longo deste ano devido ao aumento de juros, desemprego, ausência da ajuda emergencial e suspensão de outros programas de auxílio financeiro criados durante a pandemia de coronavírus.

Valor Econômico: Endividamento aumenta, mas inadimplência cai

5. Às vésperas da eleição no Congresso, governo dá verba para parlamentares

O governo federal liberou R$ 3 bilhões para obras solicitadas por 250 deputados e 35 senadores. A distribuição do dinheiro do Ministério do Desenvolvimento Regional visa consolidar o apoio de parlamentares às candidaturas para o comando da Câmara e do Senado apoiadas pelo presidente Jair Bolsonaro. Além de verbas, o governo também tem oferecido cargos a quem aceite votar nos dois nomes do governo. A acirrada disputa também levou os candidatos governistas a prometerem barrar a abertura de investigações com potencial de atingir o governo.

A eleição está marcada para a semana que vem e conta com a interferência direta do presidente em favor de seus candidatos, com oferta de cargos. Bolsonaro exonerou ontem do Ministério Tereza Cristina (Agricultura) e Onyx Lorenzoni (Cidadania) para votarem no Congresso. Na Câmara, o candidato preferido pela oposição vem sofrendo perda de apoio quanto mais se aproxima a votação. No Senado, a candidata do MDB foi abandonada pelo partido, que fez acordo com governistas, e decidiu manter sua candidatura de forma independente.

O Estado de S. Paulo: Governo agrada parlamentares com liberação de verba
O Estado de S. Paulo: Candidatos governistas prometem barrar CPIs
O Globo: Reforma ministerial pode entrar na negociação
O Estado de S. Paulo: Centrão cobiça Saúde e Bolsa Família em troca de apoio