Brasil

Sexta-feira, 29 de maio de 2020

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1. STF quebra sigilo de aliados de Bolsonaro por fake news

O inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar ameaças e ofensas caluniosas e difamatórias a ministros da Corte e seus familiares resultou em operação da Polícia Federal para cumprir  29 mandados de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal. Entre os alvos estão o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB e envolvido em escândalos anteriores de corrupção, o empresário Luciano Hang, apoiador do presidente Jair Bolsonaro desde sua candidatura, ativistas de redes sociais, seis deputados federais e dois estaduais. Integrantes do governo veem com cautela mais essa ação do STF. Quatro empresários tiveram os sigilos bancário e fiscal quebrados por serem suspeitos de financiar o esquema criminoso. Como a investigação abrange 2018, período eleitoral, fontes ligadas ao governo receiam que os resultados da apuração sejam enviados à Justiça Eleitoral, onde há ações que pedem a cassação da chapa de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão. O presidente demonstrou irritação com a operação. “Acabou, porra! Me desculpem o desabafo. Acabou! Não dá para admitir mais atitudes de certas pessoas”, disse. Segundo ele, não há mais disposição de cumprir “ordens absurdas”. Em semana tensa que repercutiu a divulgação de vídeo de reunião ministerial com dezenas de palavrões ditos pelo presidente e graves afirmações de ministros, pesquisa mostra que a rejeição a Bolsonaro atingiu 43%, recorde desde 1989 para um presidente em 500 dias governo. A aprovação ficou estável em 33%.

Valor Econômico: Operação da PF tem apoiadores de Bolsonaro como alvos
O Globo: Ministro quebra sigilo de empresários investigados
Folha de S.Paulo: Rejeição a Bolsonaro bate recorde de 43%
O Estado de S. Paulo: Aliados investigados têm 19 milhões de seguidores
O Globo: Bolsonaro critica decisão do STF e desabafa: ‘Acabou, porra!’

2. SP flexibiliza isolamento após dois meses de quarentena

O Estado de São Paulo começará a flexibilizar, a partir de segunda-feira, as medidas de isolamento para tentar conter a expansão do coronavírus. A quarentena em vigor há pouco mais de dois meses interrompeu boa parte das atividades econômicas. As regras levarão em conta uma classificação de risco que levará em conta a redução consistente de casos da doença, queda de mortes e baixa taxa de ocupação de leitos em UTIs das redes públicas e privadas. Definida por bandeiras nas cores vermelha, laranja, amarela, verde e azul. Esta última cor indicará que a cidade conseguiu controlar a doença e tem baixa taxa de ocupação de leitos, por isso será autorizada a liberar todas as atividades econômicas desde que mantenha  normas de distanciamento e higiene. Na região metropolitana de São Paulo, somente a capital teve bandeira laranja e por isso poderá liberar a abertura de alguns setores. Os demais municípios estão com bandeira vermelha, portanto só poderão permitir atividades essenciais. A Prefeitura de São Paulo diz que não há uma data definida para que as atividades sejam retomadas e que será estudado caso a caso para haja cumprimento das normas sanitárias. O estado é o epicentro da doença no Brasil. O país já registra mais de 27 mil mortes e de 438 mil casos confirmados da doença.

Valor Econômico: São Paulo começa a flexibilizar quarentena
Folha de S.Paulo: Capital não tem data para reabertura, diz prefeito
O Estado de S. Paulo: Cidades com aumento de casos poderão reabrir lojas
O Estado de S. Paulo: Entenda as regras de flexibilização em SP

3. Maioria defende lockdown, mas resistência a isolamento cresce

A maioria da população defende a adoção de restrição total de circulação de pessoas nas ruas para tentar conter o avanço do coronavírus no país, mas a resistência ao isolamento ainda é grande. Segundo pesquisa do Datafolha, 60% dos brasileiros consideram recomendável o lockdown e 36% são contra. O apoio ao isolamento mais rigoroso é maior no Nordeste (69%) e menor na região Sul (54%). Apesar do apoio da maioria ao lockdown, 35% admitem que estão saindo de casa, índice maior que o das pesquisas feitas em abril, de 24% na primeira semana, 26% na terceira e 27% na última. Os que só saem quando é inevitável continuam em 50%. O pessimismo com relação à expectativa de volta às atividades normais também foi detectado. Para 40% isso só deverá ocorrer dentro de 4 a 12 meses, 9% acreditam que poderá acontecer em até 60 dias, 10% preveem retomada em até três meses e 8% dentro de um período de 90 a 120 dias. A condução do presidente no combate à pandemia de coronavírus também foi avaliada na pesquisa e 50% reprovaram Bolsonaro.

Folha de S.Paulo: Maioria defende lockdown, mas isolamento cai
Folha de S.Paulo: 50% reprovam medidas do presidente
O Estado de s. Paulo: Leia mais sobre a pandemia e crise econômica
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo
Ministério da Saúde: Veja Informações sobre o coronavírus no país

4. País fecha 860,5 mil vagas de emprego em apenas um mês

O mercado de trabalho fechou 860.503 vagas formais somente no mês de abril, de acordo com os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pela primeira vez neste ano pelo Ministério da Economia. Foi o pior resultado registrado em abril desde 1992. Somando-se esse resultado com o de março, quando a crise se agravou no país e foram fechadas 240.702 vagas com registro patronal, a crise do coronavírus extinguiu 1,1 milhão de empregos. Segundo o cadastro, que se baseia na comunicação das empresas sobre contratações e desligamentos, ocorreram 598.596 admissões e 1.459.099 demissões no mês passado. Todos os setores da economia em todos os estados foram impactados. Do total, 450.707 vagas foram fechadas no Sudeste, 202.805 no Sul, 126.834 no Nordeste, 27.069 no Norte e 53.057 no Centro-Oeste. São Paulo lidera em número de demissões, com 260.902 postos fechados. Em janeiro e fevereiro deste ano, respectivamente, o governo contabilizou a abertura de 113.155 e de 224.818 vagas com carteira assinada na economia brasileira.

Valor Econômico: País fecha mais de 860 mil vagas em apenas um mês
G1: Em dois meses, 1,1 milhão de trabalhadores foram demitidos

5. Confiança do comércio volta a subir após 2 meses de queda 

O Índice de Confiança do Comércio voltou a subir em maio, segundo o (Ibre/FGV) Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas. O indicador aumentou de 61,2 pontos para 67,4 em maio. A pesquisa ouviu 667 empresas entre os dias 4 e 22 deste mês. A crise causada pela pandemia do coronavírus já havia causado perda de 39 pontos nos últimos dois meses. Mesmo com a alta, analistas apontam que o resultado pode ser visto como uma acomodação em patamar muito baixo, pois o resultado de maio recuperou somente 16% da perda de março. A pesquisa mostra também que os níveis de consumo no atual cenário continuam concentrados em itens básicos dos setores de supermercados, alimentos e produtos farmacêuticos. Nos outros setores, a queda foi acentuada e atingiu 15 pontos. “Ainda não é possível observar cenário de recuperação consistente devido ao elevado nível de incerteza e à grande cautela por parte dos consumidores”, disse Rodolpho Tobler, coordenador da pesquisa do Ibre/FGV.

G1: Confiança do comércio volta a subir em maio