Brasil

Sexta-feira, 29 de Novembro de 2019

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1. Dólar dispara e bate recorde nominal após fala de Guedes

Frases ditas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, foram suficientes para elevar o dólar ao maior patamar nominal desde o início do Plano Real, em 1994. A moeda norte-americana chegou a ser cotada em R$ 4,2771 na segunda-feira, mas acabou fechando a R$ 4,2394. O impacto no mercado financeiro ocorreu logo após fala do ministro em visita de dois dias a Washington. Questionado sobre a desvalorização do real frente ao dólar, Guedes afirmou: “Com política fiscal mais forte e juro mais baixo, a taxa de câmbio de equilíbrio é mais alta”. Disse ainda que o brasileiro deveria se acostumar com essa variação. A fala foi destacada imediatamente na mídia e entendida como um recado de que o governo não estaria preocupado em reverter a desvalorização. Somou-se a isso o fato de Guedes ter comparado a realidade brasileira frente aos protestos em países sul-americanos. Ele afirmou que a convocação para ocupar as ruas no Brasil contra o governo é descabida e que “ninguém deveria se assustar se alguém pedisse um novo AI-5”, em referência a uma medida regime militar que cessou direitos políticos e civis no país. “Não se constrói o futuro com experiências fracassadas do passado”, disse o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, em nota. Veja análise sobre o impacto da fala de Paulo Guedes no Brasilia Report.

O Estado de S. Paulo: Escalada do dólar pode afetar preços e juros
Valor Econômico: Fala de Guedes faz dólar bater recorde nominal
Folha de S.Paulo: Fala de Guedes cria instabilidade de curto e longo prazo
Valor Econômico: Guedes pede “democracia responsável”

2. Supremo autoriza uso de dados sigilosos sem ordem da Justiça

O STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou ontem o entendimento de que não é necessária a autorização prévia da Justiça para que investigações de corrupção e lavagem de dinheiro, por exemplo, utilizem dados financeiros sigilosos dos órgãos de controle fiscal do governo. O compartilhamento das informações com o Ministério Público foi liberado sem restrições, derrubando decisão de julho do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que havia suspendido todas as apurações que não tinham ordem judicial. Um dos casos suspensos após a decisão do presidente do Supremo é o do senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente da República. No julgamento iniciado semana passada, Toffoli voltou a defender a proibição do envio de dados, mas foi voto vencido. O cumprimento da decisão, no entanto, será definido somente na próxima quarta-feira, quando ministros definirão como será o compartilhamento de dados e eventuais limites ou exceções.

Folha de S.Paulo: STF libera dados sigilosos sem ordem judicial
Uol: Decisão do STF pode comprometer filho do presidente

3. Juros sobre o cheque especial serão limitados a 8% ao mês

As regras para o cheque especial foram alteradas nesta semana pelo Conselho Monetário Nacional e a taxa de juros mensal cairá de 12%, em média, para o limite máximo de 8%. A linha de crédito automática nas contas correntes é a modalidade mais cara do país, com taxa de 305,9% ao ano. A parti das mudanças, esse índice cairá para cerca de 151%. Os bancos poderão cobrar tarifa mensal dos clientes que quiserem ter o cheque especial e o novo limite máximo de juros começará a valer em 6 de janeiro, sendo válido também aos clientes que já têm contratos. A cobrança de tarifas para todos os clientes que solicitarem o limite emergencial só passará a valer a partir de 1º de junho de 2020. Os bancos não poderão abrir essa linha sem solicitação do cliente e quem tiver limite especial de até R$ 500 ficará isento. Caso o cliente queira R$ 2.000 de cheque especial, ele pagará 3,754% de tarifa sobre R$ 1.500, uma vez que os R$ 500 isentos são abatidos. Quando o cliente utilizar o crédito especial, ele pagará os juros descontado o valor da tarifa. Segundo o Banco Central, cerca de 19 milhões de pessoas ficarão livres da tarifa mensal. Ao todo, esse crédito está disponível para 80 milhões de clientes no país.

Valor Econômico: Banco Central cria novas regras para o cheque especial

4. Bolsonaro faz críticas à política ambientalista no Amazonas

O presidente Jair Bolsonaro criticou a “política ambientalista” do Amazonas durante evento sobre sustentabilidade realizado em Manaus, capital daquele estado brasileiro. Segundo ele, as demarcações indígenas atrapalham o desenvolvimento da região. O presidente afirmou que a maior parte do Amazonas foi tomada por reservas, áreas de proteção ambiental e parques nacionais, restando pouco para haja crescimento da economia local. Segundo Bolsonaro, a cobiça internacional em torno das riquezas da Amazônia é notória, por isso a ocupação do território deve ser alterada, pois grande parte dos indígenas é condenada a viver como “homens pré-históricos” e isso precisa mudar. “Quantos entre vocês aqui são descendentes de índios? Por que reservar o espaço dentro de uma terra onde você não pode fazer nada sobre ela? Nós queremos o índio fazendo em sua terra exatamente o que o fazendeiro faz do lado, na sua terra. Possa, inclusive, garimpar”, disse.

O Globo: Política ambientalista atrapalha o desenvolvimento no Amazonas

5. Nova gestão financeira ajuda o Flamengo ganhar dois títulos

Os resultados positivos do Flamengo, popular time de futebol brasileiro que acaba de vencer a Copa Libertadores e o Campeonato Brasileiro, chamaram a atenção de economistas. Eles veem as conquistas do clube como os primeiros benefícios pragmáticos do processo de reestruturação financeira do clube. O Flamengo mudou sua gestão há seis anos e já conseguiu diminuir sua dívida de R$ 750 milhões para R$ 460 milhões neste período. O time fez investimentos que totalizaram R$ 190 milhões no ano passado. Em 2014 esse item do orçamento era de cerca de R$ 22 milhões. “Outros clubes tiveram crescimento de receitas com venda de atletas, mas optaram por gastar na atividade [futebol]. Essa é a grande diferença do Flamengo. Enquanto o clube se organizou pensando no futuro, outros pensaram no presente”, disse o economista Cesar Grafietti, consultor do Itaú BBA, que analisou as finanças dos 20 times da Série A do Brasileiro.

Folha de S.Paulo: Campeão, Flamengo colhe frutos da reestruturação financeira
Valor Econômico: Projetos preveem mudar gestão de clubes de futebol

Brasilia Report

Acesse aqui o Brasilia Report, análise preparada pelo Consultor Sênior da JeffreyGroup em Brasília, Gustavo Krieger.