Brasil

Sexta-feira, 3 de abril de 2020

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1. Governo concede auxílio a informais e alivia tributos

O presidente Jair Bolsonaro aprovou a concessão de R$ 600 por mês, durante um trimestre, para os trabalhadores informais, temporários e microempreendedores individuais. Nas contas do governo, R$ 98 bilhões aplicados no programa emergencial para conter impactos econômicos do coronavírus devem beneficiar 54 milhões de pessoas. Os repasses do benefício devem começar neste mês, com prioridade inicial para cadastrados no Bolsa Família. Em outra frente e com um custo estimado de R$ 51,2 bilhões, o governo decidiu autorizar novas regras para o corte de salário, por até 60 dias, e da jornada de trabalhadores formais, em até 100% no prazo máximo de três meses. No caso da suspensão do contrato profissional, empresas com faturamento anual menor que R$ 4,8 milhões nada desembolsarão e o salário será pago pelos cofres públicos. Empresas maiores terão de arcar com pelo menos 30% do pagamento. As regras também variam conforme a faixa salarial. A estimativa oficial é conseguir dar garantias para 24,5 milhões de trabalhadores. Somadas, as medidas impactaram as contas públicas em R$ 224,6 bilhões. O coronavírus já matou mais de 300 e infectou milhares pessoas no Brasil.

Folha de S.Paulo: Governo libera R$ 600 para trabalhadores informais
Valor Econômico: Pacote alivia empresas, mas gera dúvidas
Folha de S.Paulo: Medidas oficializadas têm impacto de R$ 224,6 bilhões
O Globo: Veja medidas anunciadas pelo governo
O Estado de S. Paulo: A conta vai chegar, diz colunista Celso Ming

2. Indústria prevê uma redução de
USD $18,6 bilhões na exportação
 

A Confederação Nacional da Indústria calcula queda nas exportações neste ano. Para a entidade, a redução deverá ser de US$ 18,6 bilhões, no mínimo, o que significa um recuo de 8,3% em comparação com 2019. A Associação de Comércio Exterior do Brasil prevê que a queda no preço do petróleo poderá provocar redução ainda maior nas exportações. Ontem o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apresentou um cenário bem mais negativo para a economia brasileira do que o traçado pela própria autoridade monetária. Ele mencionou a projeção feita pela The Economist Intelligence Unit, que aponta queda de até 5,5% no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil neste ano. O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, afirma que o Brasil não conseguirá escapar de uma severa crise econômica com queda acentuada do PIB, como é esperado na maioria dos países. Segundo ele, ainda é muito cedo para entender como será a retomada do crescimento. Agora, afirma Bracher, a prioridade deve ser a saúde. “Para sairmos da crise, precisamos primeiro sobreviver a ela”.

O Estado de S. Paulo: Indústria prevê queda de US$ 18,6 bilhões nas exportações
Valor Econômico: Presidente do BC vê cenário altamente recessivo
O Estado de S. Paulo: ‘Para sair da crise, precisamos sobreviver a ela’, diz Bracher

3. Real é o mais desvalorizado entre as 21 principais moedas

O real foi o mais desvalorizado frente ao dólar no primeiro trimestre entre as 21 principais moedas do mundo. Cotado a R$ 4,01 em 1º de janeiro, o dólar chegou a R$ 5,19 na terça-feira 31 de março. A depreciação foi de 29,5% no período, a terceira pior desde a criação do Plano Real, em 1994. Tiveram menor desvalorização que o Brasil na taxa de câmbio, no mesmo período, o rublo russo (27%) e o peso mexicano (26%). Em outros países houve valorização frente à moeda norte-americana de janeiro a março, como é o caso da libra britânica, onde o dólar ficou 5,5% mais barato, e euro (1,3%). Especialistas apontam o fato de o real estar entre as moedas emergentes mais negociadas como uma das explicações para a queda, pois a moeda tem alta uma alta liquidez e sofre maior especulação. De qualquer forma, é consenso entre parte dos analistas que o dólar na faixa dos R$ 5,20 está muito acima do que seria o seu custo real e que esse patamar já mede o grau de incerteza dos grandes investidores sobre o cenário global e local.

CNN: Real é o mais depreciado entre 21 moedas
Folha de S.Paulo: Acompanhe o mercado financeiro em tempo real

4. Quase 50% da população vive onde há casos de coronavírus

O número de cidades populosas com casos de coronavírus expõe quase a metade da população brasileira à doença. Levantamento feito com base nas informações das secretarias estaduais de saúde mostra que até segunda-feira 362 cidades tinham registros do Covid-19. Apesar de representar 6,5% dos municípios brasileiros, estas localidades abrigam cerca de 106 milhões de habitantes. A estimativa da população atual é de 211 milhões. Para se ter uma ideia da aceleração da quantidade de pessoas infectadas, em meados de março os casos positivos haviam sido notificados em apenas 32 cidades. No tocante ao atendimento emergencial a pacientes em estado grave, dados do governo apontam que 33% dos municípios têm, no máximo, apenas dez respiradores mecânicos nos hospitais públicos e privados. Ontem, o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) disse que assinou contrato de R$ 1,2 bilhão para aquisição de mais respiradores e, se for preciso, deslocará aviões para buscar equipamentos na China.

O Estado de S. Paulo: 106 milhões de pessoas moram onde há coronavírus
O Globo: Um terço das cidades é carente de respiradores
Folha de S.Paulo: Ministro diz que pode buscar respiradores na China
Folha de S.Paulo: Acompanhe notícias sobre a pandemia
OMS: Veja relatório global da OMS
G1: Assista a vídeos de orientação sobre o coronavírus

5. Rede de solidariedade mobiliza empresas de vários setores

Ações voluntárias de empresas e empresários fortalecem a arrecadação de doações para o setor de saúde e a população mais vulnerável no país. Grupos organizados coletam ajuda em dinheiro por meio da internet. Fábricas mudam a logística de produção para tentar suprir a grande demanda por álcool gel, máscaras e equipamentos. E empresários apoiam organizações não governamentais. As iniciativas também incluem compra de respiradores e testes rápidos para detecção do coronavírus, doação de kits de higiene pessoal e limpeza, passagens aéreas para profissionais de saúde que estejam a trabalho e até vouchers na locação de automóveis. A conta ainda não foi feita, mas somando-se somente doações tornadas públicas no Brasil o valor já é bilionário. Um levantamento feito pela Associação Brasileira dos Captadores de Recursos junto a ONGs, instituições filantrópicas, empresas e sociedade, revela que somente em doações em dinheiro monitoradas foram recebidos mais de R$ 650 milhões. O balanço não considera doações de materiais, alimentos e serviços. “Me parece, sob todos os ângulos, que é a maior mobilização de recursos do país. É o maior movimento de solidariedade da história recente”, diz o diretor executivo da entidade, João Paulo Vergueiro.

O Estado de S. Paulo: Mais de R$ 650 milhões foram doados em dinheiro
Bem Paraná: Lista mostra algumas empresas doadoras no Brasil
O Estado de S. Paulo: Empresas fazem doações para reduzir impactos
GIF: Site mostra opções de contribuição
O Globo: Saiba como contribuir na luta contra o coronavírus
O Estado de S. Paulo: Sociedade civil se organiza contra o coronavírus