Brasil

Sexta-feira, 3 de Maio de 2019

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1. Governo elabora pacote para tentar destravar a economia

O governo federal prepara um pacote com até 50 medidas na tentativa de destravar o ambiente de negócios e impulsionar o crescimento econômico. Entre as medidas sob análise, que devem ser divulgadas oficialmente nos próximos dias, a equipe do presidente Jair Bolsonaro pretende alterar regulamentações do setor imobiliário, estimular políticas de crédito e criar incentivos para a agricultura. Um dos pontos em estudo é a criação da hipoteca reversa, mecanismo pelo qual a pessoa poderá oferecer seu imóvel a uma instituição financeira e receber parcelas mensais por um determinado período. O banco só poderá negociar a propriedade após a morte do dono. O sistema já existe em países ricos e pode ser de interesse de idosos e aposentados que precisam complementar renda, o que elevaria o consumo interno, segundo integrantes do governo.

O Globo: Governo estuda pacote para aquecer economia

2. Bolsonaro pede verba extra de R$ 248 bilhões ao Congresso

O governo federal corre contra o tempo atrás de R$ 248 bilhões para cobrir despesas com subsídios e benefícios a aposentados, deficientes físicos e idosos carentes. É a primeira vez na história que o Poder Executivo precisa pedir autorização ao Congresso para captar recursos, como prevê o Orçamento deste ano. O dispositivo aprovado no ano passado pelo então presidente Michel Temer impede o governo de se endividar para cobrir despesas como salários, aposentadorias e benefícios assistenciais. Serão necessários 257 votos favoráveis na Câmara dos Deputados e 41 no Senado para que a venda de títulos se concretize. Nos bastidores, deputados dizem não acreditar que o governo consiga apoio para aprovar o projeto de lei até junho. Dos R$ 248 bilhões pedidos, R$ 201,7 bilhões são para despesas com a Previdência Social.

Folha de S.Paulo: Governo corre para Congresso liberar extra de R$ 248 bilhões

3. Antes de privatizações, lucro das estatais aumenta 132%

As principais estatais federais tiveram lucro líquido de R$ 74,3 bilhões em 2018, um crescimento de 132% e o melhor resultado em pelo menos oito anos. O bom desempenho se deve em boa parte à diretriz de geração de resultados, aplicada nos últimos anos. A nova política de privatizações, já anunciada pelo governo Jair Bolsonaro, vai dar ênfase à venda de ativos das estatais a partir deste ano. Isso vai ocorrer com estatais como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Somente a Petrobras, que pretende vender a sua participação na BR Distribuidora, e a Caixa, que deve se desfazer de fatia na petroleira, devem captar R$ 20 bilhões até dezembro. Somados aos planos das empresas privadas, os negócios devem movimentar R$ 80 bilhões neste ano, o maior valor desde 2010.

Valor Econômico: Lucro de estatais chega a R$ 74,3 bilhões em 2018
O Estado de S. Paulo: Ofertas de ações podem chegar a R$ 80 bilhões

4. Desemprego e trabalho parcial afetam 28,3 milhões de pessoas

A subutilização da força de trabalho bateu recorde no primeiro trimestre deste ano, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e atingiu 25% da população economicamente ativa. São 28,3 milhões de brasileiros sem ocupação, ou que trabalharam menos do que gostariam no período. É o maior índice é desde 2012. Se considerados apenas as pessoas que estão sem emprego, a taxa subiu para 12,7%. Segundo o IBGE, esse percentual equivale a 1,2 milhão de pessoas a mais que ficaram sem ocupação nos três primeiros meses do ano, totalizando 13,4 milhões de brasileiros desempregados. A população empregada no país ficou em 91,9 milhões, 873 mil trabalhadores a menos do que o registrado nos últimos três meses de 2018. A renda média do trabalhador ficou estável em R$ 2.291.

Folha de S.Paulo: 25% dos trabalhadores estão sem emprego ou subutilizados
Valor Econômico: Brasil já tem 13,4 milhões de desempregados, diz IBGE
O Globo: Nenhum setor contrata e desemprego sobe para 12,7%

5. Esvaziados, sindicatos querem greve contra nova Previdência

Líderes das principais centrais sindicais do país convocaram, em inédito ato conjunto no Dia do Trabalho, uma greve geral contra a mudança nas regras da aposentadoria, projeto elaborado pelo governo que já está sendo analisado no Congresso. A paralisação foi anunciada para junho. Segundo os sindicatos, a reforma não respeita o valor do salário mínimo e não mexe em privilégios de servidores públicos e militares. Desde 2017 os sindicatos sofreram forte impacto financeiro com o fim do imposto sindical. Neste ano, outro corte de repasses enfraqueceu entidades, com a extinção do desconto compulsório de contribuição sindical feita diretamente da folha de pagamento. Também na quarta-feira, o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez um pronunciamento de rede nacional de rádio e televisão, mas não anunciou nenhuma medida direta para os trabalhadores formais. Concentrou seu discurso nas medidas que criou para desburocratizar abertura e funcionamento de micro e pequenas empresas.

Valor Econômico: Centrais sindicais se unem contra nova aposentadoria
Folha de S.Paulo: Bolsonaro fala para empreendedores no Dia do Trabalho