Brasil

Sexta-feira, 31 de julho de 2020

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1. Grandes empresas registram recorde de perdas no segundo trimestre

Os resultados de grandes empresas brasileiras com ações na bolsa mostram recorde de perdas no segundo trimestre. Analistas calculam que o lucro calculado sem considerar juros, impostos, depreciação e amortização de companhias deve cair 73% em relação ao mesmo período do ano passado. As maiores perdas se concentram no setor aéreo, com recuo de receitas em patamar médio de 90%. Entre os bancos, Bradesco registrou queda de 40,1% no lucro líquido, com resultado de R$ 3,9 bilhões. A gigante estatal Petrobras também foi duramente impactada no período e fechou o segundo trimestre com prejuízo de R$ 2,7 bilhões. No setor de bebidas, a Ambev anunciou que seu lucro líquido caiu 51,4% de abril a junho. As contas públicas também foram afetadas. Resultado do semestre apontou déficit de R$ 417 bilhões, segundo o Tesouro Nacional. Foi o pior desempenho dos últimos 23 anos. Outro indicador do cenário pessimista foi divulgado nesta semana pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): entre as 2,77 milhões de empresas que permaneciam abertas até o final de junho, 62,4% tiveram algum tipo de prejuízo e apenas 15,1% delas apresentaram avanço. A maioria (61,8%) reduziu pessoal em até 25% no mesmo período.

Valor Econômico: Empresas registram recorde de perdas
Folha de S.Paulo: Petrobras tem prejuízo de R$ 2,7 bilhões
G1: Desempenho do setor de bebidas também é afetado
Folha de S.Paulo: Contas públicas têm pior resultados em 23 anos
Valor Econômico: 62,4% das empresas sofreram impacto negativo no semestre

2. Retirada de investimentos estrangeiros chega a US$ 31,2 bilhões no semestre

Banco Central divulgou nesta semana aumento do volume de retirada de investimentos financeiros feitos por estrangeiros no Brasil. Segundo relatório do governo, investidores retiraram US$ 31,2 bilhões no semestre passado. O valor inclui ações, fundos de investimentos e títulos da renda fixa. Foi a maior saída de recursos na economia brasileira desde 1995. No m esmo período do ano passado, o país registrou aumento de entrada de capital, na ordem de US$ 9,087 bilhões. O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, afirma que o maior volume de saída (US$ 22,2 bilhões) ocorreu em março, com o alerta sobre o coronavírus no país. “Essa saída de março, especificamente, está muito relacionada às incertezas daquele momento mais agudo da crise, ou à véspera daquele momento”, disse. Nos últimos 12 meses, a retirada de recursos de aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros no Brasil somou US$ 47,9 bilhões.

G1: Investidor estrangeiro retira US$ 31,2 bi de aplicações no Brasil

3. Nova legislação do gás natural pode gerar investimentos de R$ 43 bilhões

A Câmara do Deputados inclui na pauta de votação com urgência o projeto que cria a chamada nova Lei do Gás, que pode gerar investimentos de cerca de R$ 43 bilhões, segundo estimativas do governo federal. A proposta prevê a garantia de acesso de empresas privadas ao transporte e distribuição de gás natural no país, tanto para uso combustível no transporte, como para utilização de usinas termelétricas e conversão para outros produtos derivados. A abertura de mercado deve beneficiar principalmente os grandes consumidores de gás, como indústrias e geradoras de energia elétrica. Segundo o Ministério de Minas e Energia, o texto é resultado de consenso no setor e traz em seu conteúdo boas práticas regulatórias, segurança jurídica e tratamento isonômico para a expansão do mercado.  Produtores, transportadores e consumidores defendem a proposta, mas há pressão das estatais estaduais por mudanças. O relator da proposta na Câmara, deputado federal Laércio Oliveira (PP-SE) disse que vai manter o texto na íntegra. “O projeto é uma construção conjunta e já venho trabalhando nisso desde 2019. Minha intenção é blindar o texto, que foi fruto de muita conversa”.

O Estado de S. Paulo: Marco do Gás pode destravar R$ 43 bi em investimentos
CNN Brasil: Câmara aprova urgência para vota Lei do Gás

4. Base de apoio a Bolsonaro ameaça rachar no Congresso Nacional

O governo federal ameaça cortar cargos no segundo e terceiro escalões que hoje são ocupados por pessoas indicadas pelos partidos que estão deixando a base aliada do presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. A reação governamental acontece depois que DEM e MDB, partidos entre os mais expressivos no Legislativo, decidiram adotar posicionamento independente ao do Executivo em votações como forma de retaliar o atual líder informal governista na Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL). O bloco, que já contou com 221 dos 513 deputados federais, passou para 158 e pode ficar com 136 caso PTB e Pros sacramentem a saída do Centrão. A equipe de Bolsonaro aguarda o comportamento das bancadas nas próximas votações para consumar as retaliações. Por trás das articulações políticas, apesar de as lideranças negarem, há uma antecipação da disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. As eleições para o cargo ocorrerão em fevereiro do ano que vem e Lira é apontado como nome preferido do Palácio do Planalto.

Valor Econômico: Governo ameaça cortar cargos de partidos por infidelidade
Folha de S.Paulo: O que muda para o governo com o racha?
O Globo: Partidos do Centrão articulam criação de bloco independente

5. Um a cada três testes para coronavírus dá resultado positivo em São Paulo

Levantamento do governo de São Paulo aponta que um a cada três testes para detecção do coronavírus no estado dá resultado positivo. Desde o início da pandemia, em março, a rede pública realizou 1.778.225 exames. A média diária passou de 900 para 23 mil em junho. Em julho, até o dia 27, foram processados 21,3 mil resultados por dia. São Paulo já ultrapassou a marca de 23 mil mortos e mais de meio milhão de infectados (superou 520 mil casos confirmados). Em todo o país, foram mais de 91 mil óbitos e 2,6 milhões de pessoas com a doença. Ontem, o Palácio do Planalto confirmou que a primeira-dama Michelle Bolsonaro foi diagnosticada com a doença. O presidente foi liberado do isolamento no dia 25, após ter ficado sem agenda por ter contraído coronavírus. Nesta quinta-feira, em sua primeira viagem após o período afastado, o chefe do Executivo montou em cavalo e cumprimentou apoiadores sem utilizar máscara no Piauí.

Folha de S.Paulo: Um terço dos exames dá positivo em SP
O Estado de S. Paulo: Primeira-dama é diagnosticada com a doença
G1: Liberado de isolamento, Bolsonaro não usa máscara em aglomeração
O Globo: Acompanhe notícias sobre a pandemia
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo