Brasil

Sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

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1. Governo limita acesso e proíbe venda de vacina; SP terá vacinação em massa

Sem data definida para início da vacinação contra o coronavírus, o governo já decidiu que apenas profissionais de saúde, idosos e pessoas com comorbidade terão acesso ao medicamento pela rede pública. O restante da população, mesmo que tenha condições financeiras, não poderá comprar a vacina liberada pelo Ministério da Saúde, pois a comercialização foi vetada. O argumento oficial é que imunizantes com testes clínicos concluídos terão uma aprovação emergencial e somente depois de todos os trâmites de validação poderão ser vendidos para o consumidor.

Para o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que já contraiu o coronavírus, são “pífias” as propostas feitas pelos laboratórios ao Brasil. Segundo ele, no entanto, o governo pode comprar a vacina da Pfizer, que será utilizada pelo Reino Unido na próxima semana. Ontem, o governador de São Paulo, João Doria, prometeu iniciar vacinação em massa da população paulista em janeiro. Segundo ele, o estado terá 46 milhões de doses para imunizar todos os habitantes do estado até o final de fevereiro. A vacina Coronavac é desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

Folha de S.Paulo: Vacinação começará com profissionais de saúde, idosos e indígenas
G1: Venda de vacinas ao consumidor ainda não está autorizada
Folha de S.Paulo: Vacina em SP será para todos a partir de janeiro, diz Doria
O Estado de S. Paulo: Propostas de vacinas são pífias, afirma ministro

2. Hospitais voltam a encher e média é de 544 mortes diárias pelo coronavírus

O Rio de Janeiro apresenta a maior taxa de mortalidade pelo coronavírus no Brasil, segundo levantamento da Fiocruz, que acompanha a evolução da doença em todo o país. O estado tinha até ontem 131 mortes por 100 mil habitantes, acima de Distrito Federal (129), Amazonas (116), Mato Grosso (116), Roraima (116), Espírito Santo (106) e Ceará (104). São Paulo, que registra o maior número de óbitos pela doença, mais de 42 mil, estava com a média de 91 vítimas fatais por grupo de 100 mil pessoas.

Nos últimos dias, especialistas e autoridades de saúde têm alertado para o aumento de internações. No Rio de Janeiro, 172 pessoas aguardavam ontem por um leito de UTI na rede pública e a taxa de ocupação nas unidades particulares já estava em 98%. Situação semelhante acontece em São Paulo. Em menos de 15 dias, a ocupação de vagas para tratamento intensivo da doença em hospitais privados subiu de 55% para 84%. O Brasil já registrou mais de 175 mil mortes causadas pelo vírus e a tendência de manutenção da média de casos e de alta da incidência é verificada em 23 estados e o Distrito Federal. Desde quinta-feira da semana passada, 544 pessoas morreram por dia devido à doença.

O Globo: Rio tem maior taxa de mortalidade pelo coronavírus
Folha de S.Paulo: Internações em hospitais particulares disparam em SP
Folha de S.Paulo: 544 pessoas morreram por dia em uma semana
G1: Acompanhe notícias sobre a pandemia
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo

3. PIB do 3º trimestre tem alta recorde de 7,7%, mas fica abaixo do esperado

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro teve crescimento recorde de 7,7% no terceiro trimestre deste ano, em comparação os três meses anteriores. O aumento ficou abaixo da expectativa do governo e do mercado e o índice mostra que a economia ainda não voltou ao patamar pré-crise, ficando 4,1% abaixo do verificado nos meses de outubro a dezembro do ano passado. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a economia voltou ao patamar do início de 2017, quando começou a sair da recessão iniciada em 2014.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu que a alta foi menor do que a esperada, mas afirmou que o resultado sinaliza uma retomada forte da atividade econômica brasileira após o momento mais crítico da pandemia de coronavírus. “É a economia voltando, está voltando em V como sempre dissemos. Houve revisões de trimestres anteriores e, por isso, o resultado veio um pouco abaixo do esperado, mas o fato é que a economia está voltando em V, realmente está voltando”, disse. A taxa trimestral de crescimento do PIB é a maior desde 1996, mas se deve também à queda recorde entre abril e junho deste ano.

Valor Econômico: PIB brasileiro cresce 7,7% no terceiro trimestre
Folha de S.Paulo: PIB é recorde, mas não chega ao patamar pré-crise
O Estado de S. Paulo: Guedes diz que PIB sinaliza retomada em V
O Globo: Com alta do PIB, governo defende fim de auxílio

4. Entrada de capital estrangeiro na Bolsa em novembro é a maior em 24 anos

O volume de investimento estrangeiro na Bolsa de Valores em novembro foi o maior registrado desde 1996. O investidor externo ingressou liquidamente com R$ 33,32 bilhões no mês passado, que teve R$ 352,56 bilhões em compras e R$ 319,23 bilhões em vendas. O movimento cessou a saída de capital estrangeiro que vinha sendo verificada nos últimos meses, com exceção de junho e outubro. Mesmo com essa virada, o saldo negativo deste ano continua negativo e atinge R$ 51,5 bilhões.

Analistas afirmam que a Bolsa de Valores brasileira está passando por um período de transformação, mas admitem que ainda é cedo para dizer que essa retomada de investimento é duradoura. De toda forma, entre janeiro e novembro foram registradas 25 estreias na B3, ao passo que no ano passado inteiro foram apenas 5. Também no mês passado, o Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) teve boa performance e subiu 15,89%, seu melhor desempenho desde março de 2016, quando atingiu a marca de 16,97%.

Valor Econômico: Bolsa atrai mais investimento estrangeiro
Folha de S.Paulo: Investimento estrangeiro na Bolsa cresce em novembro

5. Produção industrial cresce e fica 1,4% acima do patamar anterior à pandemia

Pelo sexto mês consecutivo, a produção industrial brasileira registrou alta, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Foi registrado crescimento de 1,1% de setembro para outubro. Com o resultado, o setor está 1,4% acima do patamar de fevereiro, antes da pandemia de coronavírus impactar diretamente o Brasil. A produção dos bens de capital já está 3,5% acima do índice verificado no período anterior à pandemia. Mesmo com o resultado de outubro, no acumulado do ano a produção industrial ainda está em queda de 5,6% em 12 meses.

Entre os 26 segmentos industriais pesquisados pelo IBGE, 15 aumentaram a produção em outubro, com destaque para os setores veículos, reboques e carrocerias (4,7%). Das 11 áreas que reduziram a produção no mês, o setor alimentício aparece com queda de 2,8%, após três meses de altas seguidas. Segundo a pesquisa mensal do IBGE, o resultado positivo de outubro deve-se também ao bom desempenho da produção dos segmentos farmacêutico (4,5%), de metalurgia (3,1%) e de máquinas e equipamentos (2,2%), principalmente.

Valor Econômico: Produção industrial cresce pelo 6º mês seguido