Brasil

Sexta-feira, 6 de Setembro de 2019

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1. Senado deve votar Reforma da Previdência na semana que vem

Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o texto principal da reforma da Previdência, mas a proposta vai garantir uma economia de R$ 870 bilhões em dez anos e não mais os R$ 933,5 bilhões, como previa a proposta aprovada pela Câmara. A perda de receita chegou a R$ 63,5 bilhões. Isso aconteceu porque a comissão acatou 9 das 486 emendas que foram apresentadas pelos senadores ao projeto. Entre as principais mudanças até agora, se destaca a determinação de que nenhuma pensão poderá ser menor que um salário mínimo (R$ 998), que o texto anterior só garantia para quem tivesse renda formal abaixo do piso. Segundo o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM), estão em andamento negociações para antecipar a primeira votação da proposta já para a semana que vem, em vez de dia 24. Tramita ainda no Senado a proposta de emenda constitucional com regras para as aposentadorias de servidores estaduais e municipais. Esse texto, caso seja aprovado, terá de ser aprovado também pelos deputados.

Valor Econômico: Comissão aprova menos economia com Previdência
O Estado de S. Paulo: Senado quer antecipar votação da Reforma da Previdência

2. Fuga de capital estrangeiro na Bolsa bate recorde em agosto

A Bolsa de Valores de São Paulo registrou em agosto recorde de fuga de capital estrangeiro nos últimos 23 anos, com R$ 10,8 bilhões no mês. Analistas apontam o movimento como uma busca global contra riscos. Foram registradas compras de ações no valor de R$ 190 bilhões, diante de R$ 200,8 bilhões em vendas. De janeiro até agosto, a bolsa registrou retirada líquida de R$ 21,2 bilhões. De acordo com analistas de mercado, o movimento verificado no mês passado foi pontual, mas a perspectiva ainda não é favorável para a entrada de dinheiro estrangeiro no mercado brasileiro a curto prazo, devido ao medo do risco de recessão global motivada pela guerra comercial entre EUA e China. Para especialistas, o cenário indica que o investidor local ainda deve ser o principal responsável por manter a alta do Ibovespa por causa da taxa de básica de juros no Brasil, que hoje está em seu menor índice da história.

Valor Econômico: Saída mensal de capital externo na bolsa é recorde

3. Aprovação a Sergio Moro é maior que a de Bolsonaro

Ex-juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, é mais bem avaliado que o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro. Pesquisa Datafolha aponta Moro como detentor de 54% da aprovação popular em sua gestão, considerada ótima e boa. Outros 24% consideram o ministro regular e 20% ruim e péssimo. Apesar de serem cargos distintos, Bolsonaro, segundo a mesmo instituto de pesquisa, obteve 29% de aprovação de governo, 30% de avaliação regular e 38% de reprovação. Em meio a uma série de desencontros com o chefe do Executivo, o ex-juiz também foi personagem central de uma série de reportagens que colocam sob suspeita a imparcialidade de Moro quando da instrução e condenação de políticos e executivos envolvidos na Lava Jato. Ele nega. Não obstante, o ministro também foi alvo de críticas diretas do presidente, que afirmou que o ministro não tem “malícia política”, um recado para os comentários sobre seu potencial como candidato à presidente, e que dificilmente seu nome seria aprovado pelo Senado para o Supremo Tribunal Federal, em vaga que será aberta no ano que vem.

Folha de S.Paulo: Moro supera aprovação a Bolsonaro em 25 pontos

4. Presidente critica ministros e vê Doria sem chances em 2022

Entrevista do presidente Jair Bolsonaro ao jornal Folha de S.Paulo, nesta semana, agitou a política nacional. Bolsonaro chamou o ministro da Justiça, Sergio Moro, de “ingênuo” para política ao ser indagado sobre especulações de uma candidatura do ministro à Presidência. Descreveu o ministro da Economia, Paulo Guedes, como politicamente “chucro” e afirmou que ele é candidato à reeleição. Perguntado se previa uma disputa com João Doria (PSDB), governador de São Paulo, Bolsonaro disse que o político não tem chance na eleição presidencial porque “é uma ejaculação precoce”. Na mesma entrevista, o chefe do Executivo adiantou alguns pontos do discurso que fará na Assembleia Geral da ONU, no próximo dia 24, em Nova York. Segundo ele, seu pronunciamento será assertivo sobre a soberania e o patriotismo brasileiro. “E falarei da Amazônia”, disse. Veja análise sobre o cenário político nacional para 2022 no Brasilia Report.

Folha de S.Paulo: Bolsonaro diz que candidatura de Doria é ‘ejaculação precoce’

5. Bolsonaro escolhe procurador para destravar grandes obras

O presidente Jair Bolsonaro escolheu na quinta-feira, sem fazer alarde, seu indicado para chefiar a (PGR) Procuradoria-Geral da República. Augusto Aras, que não estava entre os indicados pela categoria, será sabatinado no Senado e tem de ter seu nome aprovado em plenário para assumir o cargo. A indicação do presidente irritou entidades de classe, pois tradicionalmente os chefes de Estado escolhem um dos nomes de uma lista tríplice enviada pelo setor para avaliação. Mas a escolha de Bolsonaro parece ter caminho já definido. Em entrevistas anteriores e segundo interlocutores próximos do escolhido, Aras pretende deixar como marca de sua gestão o destravamento burocrático de grandes projetos do setor de infraestrutura. Procuradores têm autonomia para atuar juridicamente e em assuntos que envolvam grandes obras, em geral por razões ambientais. É também pensamento de Aras de que caberá a ele, como chefe da PGR, construir consensos e mudar a postura do órgão sobre projetos estratégicos. Em meio a críticas de seus apoiadores nas redes sociais, Bolsonaro pediu paciência. “Eu escolhi um que eu posso acreditar nele. Dá um tempo para o cara [Aras] entrar em campo e mostrar o seu serviço”, afirmou.

O Estado de S. Paulo: Bolsonaro ignora lista e escolhe novo PGR sob críticas
Valor Econômico: Novo PGR promete destravar obras de infraestrutura no país

Brasilia Report

Acesse aqui o Brasilia Report, análise preparada pelo Consultor Sênior da JeffreyGroup em Brasília, Gustavo Krieger.