Brasil

Sexta-feira, 7 de agosto de 2020

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1. Novo imposto pode ter alíquota menor do que 12%, diz ministro da Economia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que pode alterar a alíquota da CBS (Contribuição de Bens e Serviços) de 12%, como prevê a proposta do governo, para “10%, 9% ou 8%”, conforme a arrecadação obtida. Em debate com a Comissão Mista de Reforma Tributária do Congresso Nacional, Guedes negou que tenha planos de aumentar o peso dos impostos. “Queremos que [o novo tributo] seja o menor possível. Se realmente aumentar a arrecadação e arrecadar mais do que estamos achando, nós vamos reduzir a alíquota”, frisou. Foram quase seis horas de sabatina dos parlamentares em que o ministro e seus assessores defenderam o novo tributo e as mudanças pretendidas pelo governo. Durante a reunião, o ministro foi cobrado por parlamentares para enviar plano completo para o Congresso, e não em etapas como vem sendo feito. Segundo Guedes, é preferível fazer as mudanças em partes para que “todos possam compreender” o pacote. Ele não descartou essa possibilidade, mas disse que são muitas ações que devem debatidas. O ministro deu como exemplo a discussão sobre a elevação do piso de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física de R$ 1,9 mil para R$ 3 mil. Só essa medida, segundo ele, pode reduzir a arrecadação federal em R$ 22 bilhões. “A classe política tem que decidir. Vamos dar o dinheiro para o Fundeb (fundo de educação básica), vamos dar isenção. Vai dar os dois? Vai aumentar imposto para dar os dois?”, indagou.

Valor Econômico: Guedes tenta convencer Congresso sobre novo imposto
Folha de S.Paulo: Ministro promete reduzir despesas públicas
Folha de S.Paulo: Guedes critica desoneração e sonegação dos mais ricos

2. Inflação oficial tem nova redução e fica em mínima histórica de 2% ao ano

O Banco Central decidiu reduzir pela nona vez consecutiva a Selic (taxa básica de juros), de 2,25% para 2% ao ano. A redução já era esperada pelo mercado, mas significou uma nova mínima histórica. Em comunicado, a autoridade monetária afirmou que a economia no país ainda oferece espaço para novas quedas, mas se isso ocorrer será em cortes pequenos. Segundo o Banco Central, projeções mais otimistas apontam inflação de 2% neste ano, 3% em 2021 e 3,4% no ano seguinte. Relatório também destaca que há sinais sugestivos de “recuperação parcial” da atividade econômica” brasileira mesmo com setores produtivos ainda impactados pelas regras de distanciamento social. Por outro lado, o comunicado afirma que que a incerteza sobre o ritmo da retomada “permanece acima da usual”, principalmente com a suspensão de auxílios emergenciais. Para analistas, entretanto, é preciso ter cautela, pois a trajetória fiscal no país é condicionante do Banco Central para a possibilidade de manutenção de juros baixos.

Valor Econômico: Banco Central corta taxa de juros para 2%
Folha de S.Paulo: País passa a ter juro negativo de 0,71%
Valor Econômico: Novo corte não é consenso entre analistas

3. 8,9 milhões de brasileiros perderam o emprego no segundo trimestre

Pesquisa oficial revela que 8,9 milhões de brasileiros ficaram desempregados entre abril e junho. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia), essa foi a maior queda desde 2012. O levantamento aponta que o Brasil tinha 83,3 milhões de pessoas ocupadas no período, o que também foi o pior indicador do período e representa 12,8 milhões de trabalhadores sem atividade. A taxa de desemprego subiu de 12,2% para 13,3% em meio aos impactos da pandemia de coronavírus, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal. Outro aumento significativo foi o de quem desistiu de procurar emprego; ou devido ao coronavírus, ou por falta de oportunidades. Segundo o IBGE, aumentou 19,1% o número de brasileiros nessa situação, totalizando 5,7 milhões de pessoas no final do segundo trimestre. A estratificação da pesquisa revela que a iniciativa privada demitiu 3,1 milhões de funcionários no período. Já entre os que não tinham registro de trabalho, a redução foi de 2,9 milhões. Outros 2,4 milhões deixaram de trabalhar por conta própria.

Folha de S. Paulo: Quase 9 milhões ficam sem emprego no país
O Globo: Taxa de desemprego sobe para 13,3% no segundo trimestre

4. Pandemia vai causar queda acentuada do padrão de vida, apontam estudos

Os brasileiros deverão enfrentar a maior queda de padrão de vida já vista no país desde a década de 1940. Estudos de diversas origens e com variados setores, apontam que a crise causada pela pandemia será severa. Análise da consultoria Tendências estima que 3,8 milhões de famílias deverão retroceder para as classes sociais D e E. Isso é o equivalente a 41 milhões de pessoas empobrecidas, ou 56% dos lares. É a maior taxa desde 2009, quando 60% viviam em padrões de baixa renda. A retração do PIB (Produto Interno Bruto) deve ficar em torno de 8,2% frente a um crescimento de 28% verificado na década anterior, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. A concentração de riquezas de cada brasileiro, na média anual hipotética, deverá ser de R$ 32,2 mil, enquanto que no ano passado foi de R$ 34,5 mil. “Antes da Covid-19, o baixo crescimento entre 2017 e 2019 já fazia com que as pessoas achassem que a vida não tinha melhorado”, diz Fabio Bentes, economista sênior da entidade. “O que foi conquistado se perdeu. É como pagar a prestação de um carro que foi roubado e que não tinha seguro”, afirma Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, que em pesquisa recente revelou que mais da metade (54%) dos brasileiros admitem a piora do padrão de vida. No mesmo levantamento, um terço dos entrevistados com plano de saúde, filhos em escola particular e empregado doméstico afirmam que não conseguirão manter todos os serviços.

O Estado de S. Paulo: Padrão de vida do brasileiro deve ter queda recorde
Valor Econômico: Classes D e E recuam para padrão de 10 anos atrás

5. País tem quase 100 mil mortes e governo libera R$ 1,9 bilhão para vacina

O presidente Jair Bolsonaro liberou ontem R$ 1,9 bilhão para a fabricação de 100 milhões de doses da vacina contra o coronavírus, que ainda está em fase final de testes pela Universidade de Oxford, em parceria com cientistas brasileiros da Fiocruz. A expectativa do governo é de poder iniciar campanha de vacinação em massa a partir de 2021. Na cerimônia de liberação do recurso, o presidente afirmou que a vacina pode ser “uma realidade” em dezembro ou janeiro e que, semanas depois, o “problema estará vencido. Temos como realmente dizer que fizemos o possível e o impossível para salvar vidas, ao contrário daqueles que teimam em continuar na oposição desde 2018”, disse Bolsonaro. Outra vacina, desenvolvida em parceria entre a farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantan, também deve estar no mercado no ano que vem. O governo de São Paulo pretende disponibilizar 30 milhões de doses em janeiro. O Brasil já registra quase 100 mil mortes pelo coronavírus e o contágio de cerca de 3 milhões de pessoas. A média nos últimos 7 dias foi de 1.038 óbitos, uma queda de apenas 2% em relação aos dados registrados em 14 dias. Entre os casos de pessoas que contraem a doença a média foi de 43.396 por dia, aumento de 1%, mas que indica a manutenção do patamar do período anterior.

O Globo: Bolsonaro libera R$ 1,9 bilhão para vacina contra Covid-19
Folha de S.Paulo: Bolsonaro diz ter feito o impossível para evitar mortes
O Globo: SP espera ter vacina chinesa no ano que vem
G1: Acompanhe notícias sobre a pandemia
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo