Brasil

Sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

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1. País contabiliza mais de 200 mil mortes e SP pede registro de vacina chinesa

Mais de 200 mil pessoas morreram e outros 8 milhões de habitantes já foram contaminados pelo coronavírus no país. Com esse patamar, o Brasil passa a ser a segunda nação em mortalidade pelo Covid-19, atrás apenas dos EUA, onde os óbitos superam 360 mil. O governo de São Paulo prometeu, sem dar detalhes, que deverá vacinar toda a população do Estado até o final do ano. A imunização em massa, dividida em etapas segundo a classificação de risco, deve ser iniciada neste mês com a Coronavac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o governo paulista e com eficácia de 78%.

Ontem, o governador João Doria, opositor do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o estado dispõe de estoque de 10 milhões de doses da “vacina do Brasil”. Após a divulgação da eficácia da Coronavac, o Ministério da Saúde anunciou que vai comprar 100 milhões de doses do medicamento, mas o calendário nacional de vacinação ainda não foi detalhado. Além da vacina chinesa, o governo federal espera 212 milhões de doses da AstraZeneca e Universidade de Oxford, conveniados com a Fiocruz, e outras 42 milhões pela Covax, uma parceria com a Organização Mundial da Saúde.

Folha de S. Paulo: Vacina chinesa tem 78% de eficácia
O Estado de S. Paulo: Ministério diz que utilizará vacina chinesa
O Estado de S. Paulo: Sem dar detalhes, Doria promete vacinar toda população
G1: Acompanhe notícias sobre a pandemia

2. Novo aumento de casos de Covid-19 deixa hospitais no limite da capacidade

Hospitais em várias cidades do país começam a dar sinais de superlotação. A situação é mais crítica no Amazonas, mas se repete em estados mais ricos. A capital e a Grande São Paulo voltaram a ter hospitais com 100% de ocupação, seja em leitos de enfermaria ou de UTI. O número de mortes (21.829) em dezembro cresceu 65% em comparação com novembro (13.236). O mês com a maior incidência de óbitos, 32.881 pessoas, foi julho do ano passado.

O atendimento voltou a ser feito em hospitais de campanha em diversos municípios. Estudo prévio divulgado nesta semana pela USP (Universidade de São Paulo) identificou a nova variante do coronavírus, mais transmissível, registrada em São Paulo e em mais de 30 países. Segundo infectologistas, é grande o risco de que a disseminação do vírus aumente devido às festas de final de ano.

CNN: Mortes crescem 65% em dezembro
O Estado de S. Paulo: Hospitais de campanha são reabertos
Folha de S.Paulo: Hospitais de SP voltam a ter 100% de ocupação
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo

3. Brasil ‘quebrado’ de Bolsonaro vira ‘uma maravilha’ um dia depois

O presidente Jair Bolsonaro disse em conversa com seus apoiadores que o Brasil está quebrado e que ele não pode não fazer nada. O diálogo foi transmitido em rede social e repercutiu mal entre especialistas, segundo os quais o país precisa de reformas. “Chefe, o Brasil está quebrado e eu não consigo fazer nada. Queria mexer na tabela do Imposto de Renda, mas teve esse vírus, potencializado por essa imprensa sem vergonha”, afirmou o chefe do Executivo.

Diante da repercussão negativa, o presidente voltou a falar sobre o assunto no dia seguinte, quarta-feira. “Confusão ontem, você viu? Que eu falei que o Brasil estava quebrado. Não, o Brasil está bem, está uma maravilha”, afirmou na quarta-feira. Ontem, Bolsonaro retomou o tema. Disse que está se referindo ao setor público e que somente a pandemia causou cerca de R$ 700 bilhões de endividamento. “Veja os prefeitos. Eles estão no limite”, afirmou Bolsonaro.

Folha de S.Paulo: Presidente diz que país ‘está quebrado’ e cita prefeituras
Folha de S.Paulo: País mantém R$ 305 bilhões em privilégios tributários

4. Saída líquida de dólares em 2020 é a segunda maior de toda a história

A saída líquida de dólares no Brasil em 2020 foi a segunda maior já registrada. Quase US$ 28 bilhões de recursos deixaram o país, repetindo o movimento dos dois anos anteriores. Somente em dezembro passado, essa saída totalizou US$ 8,35 bilhões pelo câmbio contratado, sendo US$ 3,93 bilhões na conta comercial e US$ 4,42 bilhões na financeira. No ano passado, a desvalorização do real frente à moeda norte-americana foi de 22,7% nominalmente.

O baixo desempenho de 2020 foi influenciado pelas operações financeiras com saída líquida de US$ 51,7 bilhões. Na conta comercial, que considera o câmbio contratado para exportação subtraído do da importação, foi registrado superávit de US$ 23,2 bilhões. Em 2019, recorde histórico, a saída foi de US$ 44,7 bilhões. Isso totaliza US$ 72,7 bilhões nos dois últimos anos. Para efeito de comparação, em 2018 o déficit foi de US$ 995 milhões.

Folha de S. Paulo: Fluxo cambial fica negativo em US$ 28 bilhões

5. Partidos lançam oposição a candidato apoiado pelo governo para a Câmara

Ao menos 11 partidos de oposição e da situação ratificaram o apoio à candidatura de Baleia Rossi (MDB) à presidência da Câmara dos Deputados. O parlamentar paulista promete independência em relação ao Executivo e entra na disputa contra Arthur Lira, do PP de Alagoas, candidato do presidente Jair Bolsonaro e apoiado por outras 10 legendas partidárias. Baleia poderá ter, teoricamente, 278 votos contra 203 de seu adversário apoiado pelo governo federal.

A eleição, em 1º de fevereiro, é estratégica para os dois últimos anos do mandato de Bolsonaro. Os partidos de oposição condicionaram o apoio a Baleia ao seu compromisso de não barrar investigações sobre o Executivo nem ignorar pedidos de impeachment. Compete ao presidente da Câmara decidir quais projetos serão votados e deliberar sobre o andamento ou não de pedidos de afastamento do chefe do governo.

O Estado de S. Paulo: Candidato à presidência da Câmara tem apoio da oposição
Valor Econômico: Aliados de Lira querem voto presencial