Brasil

Sexta-feira, 8 de maio de 2020

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1. Presidente oferece cargos em troca de apoio no Congresso

O presidente Jair Bolsonaro acelerou o processo de oferecer cargos em troca de apoio do Centrão, parlamentares que juntos podem assegurar de 130 a 200 votos para projetos de interesse do governo. A estratégia já começou a dar resultados para o Executivo. Na terça-feira, o bloco, que reúne PP, PL, Republicanos, Progressistas e Solidariedade, entre outros, ficou alinhado ao governo na Câmara durante votação da proposta que prevê o socorro financeiro a Estados e municípios, comportamento diferente do que vinha acontecendo antes da aproximação com o presidente. O Progressistas foi o primeiro partido contemplado e indicou o nome do novo diretor do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, que gerencia um orçamento de R$ 1 bilhão e é estratégico no círculo de influência política e econômica principalmente nos municípios nordestinos.

O Estado de S. Paulo: Bolsonaro troca cargos por apoio do Centrão
Folha de S.Paulo: Centrão gerencia distribuição de cargos no governo
Valor Econômico: PP negocia comando do fundo para a Educação

2. Bolsonaro leva empresários ao STF e pede alívio na quarentena

O presidente Jair Bolsonaro fez uma visita surpresa ao STF (Supremo Tribunal Federal) acompanhado de uma comitiva de 15 empresários e dirigentes de entidades patronais, ministros e militares para expor ao Supremo que a economia brasileira está prestes a entrar em colapso devido às restrições adotadas por Estados e municípios no combate ao coronavírus. O STF já decidiu que governadores e prefeitos têm autonomia para definir políticas de isolamento social e suspensão de atividades econômicas baseados nas recomendações da Organização Mundial de Saúde. Bolsonaro fez um apelo ao presidente do STF, Dias Toffoli, sobre a necessidade de amenizar medidas restritivas. “Os empresários trouxeram essas aflições, a questão do desemprego, de a economia não mais funcionar. O efeito colateral do combate ao vírus não pode ser mais danoso que a própria doença”, disse. Toffoli disse que a pandemia exigiu as medidas restritivas e sugeriu a criação de um comitê de crise com representantes do governo federal, Congresso, Judiciário, governadores, prefeitos, empresários e trabalhadores para debater o assunto. O governo publicou ontem decreto ampliando a relação de atividades essenciais permitidas mesmo durante as restrições de isolamento social.

Valor Econômico: Bolsonaro volta a pressionar STF contra isolamento
Folha de S.Paulo: Empresários dizem que ida ao STF não foi planejada
O Estado de S. Paulo: Decreto de Bolsonaro amplia atividades essenciais
O Globo: Decreto muda pouco a situação de empresas

3. Em 30 dias, mortes sobem de 566 para mais de 8,6 mil no país

O Brasil registrou mais de 8 mil mortes causadas pelo coronavírus em apenas 30 dias. Em 6 de abril, o país registrava 566 mortos. Ontem, as pessoas mortas já superavam 8,6 mil. Hoje pela manhã já eram mais de 9,2 mil. Maior cidade da América Latina, São Paulo ampliará a restrição à circulação de veículos a partir de segunda-feira. O objetivo é reduzir pela metade o número de carros nas ruas para forçar o distanciamento social. Epicentro da doença no país, o estado de São Paulo tornou obrigatório o uso de máscaras fora de casa e tem estimulado medidas de restrição à circulação de pessoas. Cerca de 6,8 milhões de pessoas já vivem em situação de bloqueio total de circulação no país. Nas regiões Norte e Nordeste, Maranhão, Ceará e Pará decretaram lockdown em municípios onde a taxa de ocupação de leitos em UTIs estiver perto do limite, com mais de 90% das vagas ocupadas. Em Roraima, a lotação é de 100%. Entre as capitais, oito estão perto do colapso no atendimento, com quase a totalidade dos leitos de tratamento intensivo ocupada. É o caso de Manaus, Recife, Rio de Janeiro, Fortaleza, Boa Vista, São Luís, Belém e São Paulo.

G1: País registra mais de 90% das mortes em apenas 30 dias
Folha de S.Paulo: SP amplia rodízio para segurar circulação de carros
O Estado de S. Paulo: Bloqueio total atinge 6,8 milhões de brasileiros
O Globo: Acompanhe os números da pandemia
IRRD Covid-19: Veja o mapeamento de casos no Brasil e no mundo

4. Retração do consumo no país pode chegar a R$ 500 bilhões

A retração do consumo no país, agravada pela pandemia do novo coronavírus, pode tirar até R$ 500 bilhões da economia somente neste ano. A estimativa foi feita nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas. O valor o valor do gasto do consumidor é quase 2/3 do Produto Interno Bruto brasileiro. Segundo o estudo, a suspensão de atividades durante a pandemia deve resultar em um encolhimento de 8% no consumo familiar e causar uma queda de até 15% na renda de trabalhadores. A queda afeta vários segmentos, como turismo, transporte e boa parte da indústria, que registrou a mais alta taxa de ociosidade dos últimos 20 anos em abril. As fábricas operaram com apenas 57,5% da capacidade instalada.

Folha de S.Paulo: Pandemia pode tirar até R$ 500 bilhões do consumo
O Globo: Indústria registra pior índice de ociosidade desde 2001

5. Ataques cibernéticos crescem 131% no primeiro trimestre

Levantamento do setor de serviços de segurança na internet aponta que o Brasil sofreu cerca de 1,6 bilhão de tentativas de ataques cibernéticos no primeiro trimestre deste ano. Na América Latina, foram 9,7 bilhões. Segundo o estudo, baseado na análise de incidência mundial, os criminosos estão se aproveitando do grande volume de buscas por informações sobre o coronavírus para espalhar phishing na rede. Segundo a Fortinet Brasil, o padrão de ataques, que antes visavam encontrar vulnerabilidades nos sistemas, mudou a partir do momento em que as quarentenas se intensificaram. Em março houve aumento de 131% na ocorrência de vírus no Brasil em comparação com o mesmo período do ano passado. A tendência de aumento já estava sendo monitorada desde janeiro.

O Estado de S. Paulo: Cresce número de ataques cibernéticos no Brasil
Telesíntese: Brasil sofreu 1,6 bilhão de ataques cibernéticos na pandemia