Cinco pontos para ficar de olho em 2022

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As advertências feitas em 2021 seguirão pautando as discussões do próximo ano. O principal alerta veio do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) com a conclusão de que o aquecimento já causou efeitos irreversíveis. O aviso foi dado semanas antes da Conferência do Clima, em Glasgow, na tentativa de instigar celeridade às negociações. Porém, embora importantes, os avanços foram tímidos, o que aumenta a expectativa para a COP27 prevista para novembro de 2022, no Egito.

É justamente em razão da urgência que a sociedade tem se voltado para atores não-governamentais e cobrado das empresas uma atuação mais efetiva nessa transformação. Listamos aqui cinco tópicos para as empresas considerarem em 2022.

1. Repensar as práticas sustentáveis

Empresas serão compensadas ou penalizadas por suas escolhas. Espera-se que as práticas sustentáveis ataquem prioritariamente os impactos significativos das atividades. Essa coerência foi um dos critérios na seleção das empresas que comporão, em 2022, a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3. As companhias foram submetidas a uma nova metodologia de avaliação que irá focar nos temas mais pertinentes do setor de atuação de cada uma.

Nossa visão: identificar os principais impactos negativos gerados em toda a cadeia e relacioná-los com as expectativas dos stakeholders permite priorizar investimentos e concentrar o esforço da administração em ações que reduzirão os riscos e danos mais críticos.

2. Credibilidade das metas

Para saber se as medidas adotadas pelas empresas estão trazendo resultados, será necessário avançar na padronização de métricas. O Comitê Internacional de Parâmetros de Sustentabilidade (ISSB, na sigla em inglês) se comprometeu a apresentar, até junho de 2022, uma proposta de padrões globais para mensuração de ações ESG. Na mesma linha de transparência, uma coalização de instituições financeiras e empresas, entre elas HSBC, Deutsche Bank e Swiss Re, lançou a plataforma ESG Book, para tornar mais acessíveis os dados sobre os compromissos das empresas.

Nossa visão: existem inúmeros parâmetros internacionalmente reconhecidos criados para guiar a atuação das empresas em ESG. No entanto, é fundamental fazer a correta harmonização dessas metas e indicadores para otimizar a gestão das iniciativas e para trazer credibilidade e consistência aos compromissos assumidos.

3. Economia verde no modelo de negócio

Será ainda mais intensa a pressão para que empresas estruturem seus modelos de negócios com base na economia verde. Destacamos a o conceito de  economia regenerativa, em que empresas se comprometem em não usar recursos que não possam ser recuperados e em não utilizar os recursos mais rapidamente do que eles possam ser restaurados. Trata-se de uma decisão empresarial que resulta em alocar recursos na inovação do processo produtivo. Conheça os cases das empresas Danone e Natura.

Há ainda um chamamento aos setores industriais para ampliar a economia circular, que foca na otimização dos processos de fabricação para reduzir a dependência de matéria-prima virgem.  Segundo o Circularity Gap Reporting Initiative, dobrar a atual taxa de circularidade global permitiria zerar emissões de gases de efeito estufa até 2044.

Nossa visão: não basta encaixar o modelo de negócio na economia verde, mas, sim construir um modelo de negócio que esteja, em sua essência, estruturado na redução, reversão ou eliminação de danos para o meio ambiente e para a sociedade, ao mesmo tempo em que gera valor compartilhado.

4. Cadê o consumo consciente?

2022 traz o desafio de fazer o consumidor, na ponta da cadeia, incluir aspectos socioambientais em sua decisão de compra. A lacuna entre a vontade e a ação ainda é grande. A Ikea ouviu 34 mil pessoas de 32 países e constatou que apenas 39% das pessoas têm atitudes sustentáveis significativas em suas rotinas. Outra pesquisa global da GlobeScan e do Instituo Akatu trouxe o nível de descrença da população em relação às responsabilidades socioambientais das indústrias, sendo os setores com pior avaliação no mundo os de petróleo, mineração e bebidas alcóolicas.

Nossa visão: trazer as pessoas para fazer parte da solução fortalece e reabastece o ciclo de melhorias. Por isso, a comunicação em sustentabilidade das empresas, além de informar, é planejada para engajar e influenciar as decisões individuais em benefício de um propósito coletivo.

5. Oportunidades e responsabilidades com o carbono

Os investidores demandarão por planos mais confiáveis para redução das pegadas de carbono. O custo do carbono pressionará ainda mais alguns setores e outros podem ter na regulação do mercado de carbono uma oportunidade de nova receita com a comercialização de créditos. Acompanhe as iniciativas de precificação e mecanismos de crédito de carbono no mundo.

Nossa visão: seja como fornecedor ou comprador de créditos, todos os setores produtivos estão sendo demandados a aderir à economia de baixo carbono. A boa notícia é que, além dos diversos frameworks reconhecidos, há tecnologia e práticas em desenvolvimento para os fast-followers.

Inmersión profunda

Para iniciar um futuro de transformação, algumas sugestões de leituras com ideias provocativas.

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