Brasil

Sexta-feira, 10 de Janeiro de 2020

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1. Por segurança, Bolsonaro não vai a Davos, mas envia Guedes

O presidente Jair Bolsonaro cancelou sua participação no Fórum Econômico Mundial por motivos de segurança. Oficialmente, o governo não admite que a crise entre EUA e Irã seja o motivo da decisão, mas o próprio Bolsonaro já havia dito desde segunda-feira que a escalada da tensão entre os países o levaria ao cancelamento da viagem. A ação militar dos EUA que matou o general iraniano Qassim Suleimani foi apoiada pelo presidente. Ele disse que apoia “qualquer país do mundo no combate ao terrorismo”. A declaração causou mal-estar entre a diplomacia brasileira e a iraniana. O ministro da Economia, Paulo Guedes, representará o presidente no fórum a partir do dia 20, em Davos, na Suíça. Pedidos de reuniões com o ministro já foram feitos por executivos de multinacionais, além de encontros com CEOs da Chevron, Arcelor Mittal e do Canadian Pension Investment Board. Saiba mais sobre o mal-estar diplomático no Brasilia Report.

O Globo: Bolsonaro apoia EUA e cancela viagem por motivo de segurança
Folha de S.Paulo: Bolsonaro apoia ataque dos EUA e cria embate com Irã
O Globo: Paulo Guedes vai representar Brasil em Davos

2. Maior leilão rodoviário do país tem ágio de 7.209%

O maior leilão de concessão de rodovias à iniciativa privada realizado no país terminou com lance 7.209% maior que o valor inicial. O governo de São Paulo previa o preço mínimo de R$ 15 milhões para conceder a gestão de 1.273 quilômetros de estradas por 30 anos, mas o consórcio formado pela gestora Pátria e o fundo soberano de Cingapura GIC ofereceu R$ 1,1 bilhão e venceu a disputa com o ágio. O segundo lance foi de R$ 527 milhões. No início do ano passado, o Estado esperava arrecadar R$ 2 bilhões com a concessão, mas teve de reduzir o valor devido à previsão de alto investimento. Pelo contrato, o grupo vencedor leilão deverá investir R$ 14 bilhões em obras, com a duplicação de 600 quilômetros de estradas.

Valor Econômico: Consórcio oferece ágio de 7.209% por estradas de SP

3. Ex-presidente da Nissan critica omissão do governo brasileiro

O brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan e da Renault, apontado como responsável por violações financeiras e sonegações fiscais, criticou a omissão do governo federal ao não oferecer auxílio no exterior. Ele foi preso duas vezes no Japão, pagou fiança e conseguiu fugir para o Líbano no dia 29 de dezembro. Considerado um dos executivos mais bem-sucedidos do setor automotivo, Ghosn, que também é suspeito de ter desviado US$ 18 milhões de uma subsidiária da Nissan para comprar imóveis de luxo no Rio de Janeiro e em Beirute, disse que deixou o Japão para “provar sua inocência” e que é “vítima de um complô empresarial”. Ele nega ser foragido. “Fugi da injustiça [no Japão] e da perseguição política”, disse. O executivo afirmou que esperava “um pouco mais de ajuda” do governo brasileiro. Segundo sua irmã, o presidente Jair Bolsonaro não tratou do caso quando se encontrou com o primeiro-ministro japonês  Shinzo Abe. “O Brasil fez de conta que não era com ele. Preferiu se abster e não correr riscos, ao contrário do que aconteceu no Líbano”.

Folha de S.Paulo: Ghosn foge para o Líbano e critica Brasil
Folha de S.Paulo: Entenda as acusações contra o executivo

4. Brasil é o terceiro maior celeiro de unicórnios do mundo

O Brasil foi o terceiro país a manter mais unicórnios no mundo em 2019. Segundo relatório produzido pelo portal norte-americano Crunchbase, somente EUA e China tiveram mais startups avaliadas acima de US$ 1 bilhão. Os Estados Unidos lideram o ranking da publicação, com 78 empresas, e são seguidos pelos chineses, com 22. Em terceiro lugar vêm os brasileiros, com cinco, empatados com os alemães. Em todo o mundo, 142 startups alcançaram esse patamar de avaliação. Na linha do tempo, no entanto, o número de unicórnios em 2019 foi menor do que em 2018, quando eram 158. O investimento total também caiu de US$ 139 bilhões para US$ 85,1 bilhões. Segundo o levantamento, 84% das startups bilionárias tinham só fundadores homens, 4% tinham só fundadoras mulheres e 12% tinham ao menos uma cofundadora.

O Estado de S. Paulo: Só EUA e China tiveram mais unicórnios que o Brasil

5. De novo, ministro da Educação ‘derrapa’ em língua portuguesa

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, voltou a chamar a atenção da mídia, mas negativamente. Desta vez, o ministro escreveu nas redes sociais “imprecionante” em vez de impressionante. O erro ortográfico foi cometido na quarta-feira, quando Weintraub fez comentário para o deputado Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do presidente, sobre investimento para pesquisas na área de segurança. “Caro @BolsonaroSP, agradeço seu apoio. Mais imprecionante: Não havia a área de pesquisa em Segurança Pública. Agora, pesquisadores em mestrados, doutorados e pós doutorados poderão receber bolsas para pesquisar”, escreveu. A mensagem foi apagada minutos depois. Em agosto, o mesmo ministro escreveu duas vezes, em documento oficial, a palavra paralisação com “z”. A repercussão chegou ao The Guardian, que publicou reportagem apontando a ridicularização pública do ministro.

O Estado de S. Paulo: Ministro da Educação escreve “imprecionante”
The Guardian: Ministro da Educação de Bolsonaro é ridicularizado

Brasilia Report

Acesse aqui o Brasilia Report, análise preparada pelo Consultor Sênior da JeffreyGroup em Brasília, Gustavo Krieger.