Brasil

Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 2020

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1. Dólar dispara após ministro defender real desvalorizado

O dólar disparou nesta semana e atingiu a cotação nominal recorde de R$ 4,38. Segundo analistas, parte da responsabilidade pelo alvoroço no mercado se deve a declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, segundo o qual dólar um pouco mais alto é bom para todo mundo. “Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Vamos importar menos, fazer substituição de importações, turismo. [Era] todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para a Disneylândia, uma festa danada”, disse. Para ele, é melhor ter juros a 4% ao ano e câmbio a R$ 4 do que juros a 14% e câmbio a R$ 1,80. Ontem, de surpresa, o Banco Central teve de intervir no mercado para segurar a alta e conseguiu derrubar o valor para R$ 4,33 com o anúncio do leilão de swap cambial. Saiba mais sobre declarações do ministro no Brasilia Report.

Valor Econômico: Banco Central intervém no mercado após fala de Guedes
Folha de S.Paulo: Dólar dispara após fala de ministro
O Estado de S. Paulo: Empresários criticam novo patamar do dólar

2. Bolsonaro troca ministros e coloca general na Casa Civil

O presidente Jair Bolsonaro destituiu um de seus principais aliados na campanha eleitoral, Onyx Lorenzoni, da Casa Civil. Articulador da transição de governo no início do mandato e coordenador das relações entre a Presidência e o Congresso Nacional, Onyx foi substituído pelo general Walter Braga Netto, chefe do Estado Maior do Exército. Com a mudança, todos os ministros do primeiro escalão são agora de origem militar. Onyx assumirá o Ministério da Cidadania, responsável pelo Bolsa Família, em substituição a Osmar Terra, que volta para suas atribuições como deputado federal. O “anúncio” das mudanças foi feito pelo presidente em sua conta no Twitter. As funções do ex-ministro da Casa Civil já estavam sendo esvaziadas após sucessivos desgastes. Assessores do Planalto dizem que o comportamento do ministro vinha incomodando não apenas o presidente, mas outros ministros. A cerimônia de posse será na próxima terça-feira.

Valor Econômico: Bolsonaro tira Onix da Casa Civil e põe militar
O Estado de S. Paulo: Militares dominam ministérios de Bolsonaro

3. Maiores bancos registram lucro recorde de R$ 86,6 bilhões

Os quatro maiores bancos de capital aberto do país (Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander) tiveram lucro líquido recorde no ano passado. O montante chegou a R$ 86,648 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 18,4% em comparação com a performance obtida em 2018. Os dados consideram os lucros ajustados e recorrentes. Esse foi o maior resultado nominal já registrado no país e a terceira alta seguida no setor. Para o presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, crescimento semelhante não deve ocorrer neste ano. Ele aponta entre os fatores de inibição dos lucros o novo teto obrigatório dos juros do cheque especial, que entrou em vigor neste ano e limita a cobrança em até 8% ao mês.

Valor Econômico: Bancos de capital aberto têm lucro recorde

4. Governo aceita discutir criação de imposto para bilionários

O governo Jair Bolsonaro iniciou discussões com representantes do Congresso Nacional a fim de implantar uma nova taxação sobre fundos fechados de investimentos, utilizados por bilionários brasileiros. Atualmente, esses investidores não pagam nenhum imposto sobre os rendimentos dessas aplicações, a não ser quando resgatam o dinheiro. Representantes da Casa Civil e do Ministério da Economia se reuniram com parlamentares que propõem taxar os fundos para usar o montante, cerca de R$ 10,7 bilhões, para financiar parte do Bolsa Família, Hoje, ao contrário dos multimilionários, as pessoas com investimentos de menor valor são obrigadas a pagar 15% de taxa semestralmente.

Folha de S.Paulo: Governo e parlamentares querem taxar os mais ricos

5. São Paulo para e vive dia de caos devido à chuva intensa

A cidade de São Paulo iniciou a semana de forma caótica. O segundo maior volume de chuva dos últimos 77 anos para um mês fevereiro causou transbordamentos dos rios Pinheiros e Tietê, alagamentos de ruas, suspensão de aulas, interrupção de parcial do transporte e prejuízos ao comércio estimados em pelo menos R$ 140 milhões. Muitas pessoas ficaram ilhadas nas ruas, algumas sobre o teto de seus carros. Muitos não conseguiram chegar ao trabalho. Até mesmo agências bancárias tiveram funcionamento parcial. A Ceagesp, maior central de abastecimento de alimentos da América Latina, foi inundada e teve de jogar no lixo cerca de 7.000 toneladas de alimentos. A cidade tem ao menos 17 obras de drenagem, a maioria delas atrasada segundo a mídia. A prefeitura afirma que já inaugurou oito reservatórios emergenciais para água pluvial, cinco deles no último ano.

O Estado de S. Paulo: Temporal faz São Paulo viver dia de caos
Folha de S.Paulo: Maior cidade do país para após chuva recorde

Brasilia Report

Acesse aqui o Brasilia Report, análise preparada pelo Consultor Sênior da JeffreyGroup em Brasília, Gustavo Krieger.