Brasil

Sexta-feira, 20 de Dezembro de 2019

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1. Risco-país brasileiro cai para o menor patamar desde 2010

O risco-país do Brasil medido pelo Credit Default Swap é o menor dos últimos nove anos. Após sucessivas quedas, o índice atingiu 98 pontos, mais baixo desde novembro de 2010. Na prática, o CDS é um indicador sobre o nível de confiança de investidores em países emergentes, principalmente, quanto mais alto, maior o risco. Quando acontece a queda, como agora, isso sinaliza aumento da confiança em relação à capacidade de o país saldar suas dívidas. Em 2010, o país tinha selo de bom pagador das agências Moody’s, S&P e Fitch, outra chancela para atração de investimentos. Segundo a S&P, embora a previsão seja a de que a relação entre dívida e PIB deve continuar crescendo nos próximos três anos, existe a perspectiva de melhora no cenário fiscal com a aprovação da reforma da Previdência e a continuidade da agenda fiscal. Veja análise sobre os resultados do governo Bolsonaro no Brasilia Report.

Folha de S.Paulo: Risco-país é o menor em nove anos

2. Filho do presidente é suspeito de lavagem de dinheiro

Investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro apontam que o filho do presidente e senador Flávio Bolsonaro cometeu crime de lavagem de dinheiro com montante de R$ 2,3 milhões em transações imobiliárias e por meio de sua loja de chocolates na capital do estado. Promotores afirmam que grande quantidade de dinheiro em espécie circulou em negociações para “legalizar” o uso dos valores que Flávio, quando deputado estadual, descontava do salário de seus assessores em processo conhecido como “rachadinha” [partilha em linguagem popular]. Além de lavagem de dinheiro, a Promotoria investiga a prática de crimes como peculato, ocultação de patrimônio e organização criminosa. Flávio nega as irregularidades. Ele criticou o juiz que conduz o caso, os promotores e entrou com pedido no Supremo Tribunal Federal para que a investigação seja suspensa. Questionado, o presidente Jair Bolsonaro disse não ter “nada a ver” com o caso. As investigações já resultaram em 24 mandados de busca e apreensão que atingiram familiares e a ex-mulher do presidente, Ana Cristina Valle, além de ex-assessores de Flávio na Assembleia Legislativa. Em um dos casos, promotores dizem que Flávio e sua mulher, Fernanda, compraram dois imóveis em Copacabana por R$ 140 mil e R$ 170 mil. Um dos apartamentos foi vendido um ano depois por R$ 573 mil, gerando lucro de 237%, ante uma valorização de apenas 9% na mesma região. No ano seguinte, o outro imóvel foi vendido por R$ 550 mil, com lucratividade de 292%.

Folha de S.Paulo: Flávio Bolsonaro lavou dinheiro em imóveis e loja
O Globo: Policial pagou prestação de apartamento de senador
Folha de S.Paulo: “Não tenho nada a ver com isso”, diz pai e presidente

3. Congresso aprova Orçamento de R$ 3,7 trilhões para 2020 

O Congresso aprovou nesta semana o Orçamento para 2020, fixado em R$ 3,7 trilhões. Do total, no entanto, R$ 917,1 bilhões serão reservados para refinanciar dívidas públicas. Senadores e deputados também aprovaram a destinação de R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral, caixa de dinheiro público utilizado para financiar campanhas eleitorais no ano que vem. Os parlamentares desta legislatura, que queriam verba de R$ 3,8 bilhões, recuaram devido à repercussão negativa do pleito. Ainda nesta semana, eles tiveram aumento de rejeição segundo pesquisa Datafolha. A reprovação passou de 32% em abril para 45% neste mês. Mesmo com a redução, o presidente Jair Bolsonaro já sinalizou a possibilidade de vetar o valor. Em conversa com apoiadores, Bolsonaro ressaltou que, caso sancione o montante, tanto PT como PSL (sua antiga sigla), serão beneficiados. As duas legendas se opõem hoje ao governo. Além desta reserva para período de eleição, o Orçamento tem outro mecanismo, chamado de fundo partidário, que distribui anualmente cerca de R$ 1 bilhão às legendas.

O Estado de S. Paulo: Congresso aprova Orçamento de 2020
Folha de S.Paulo: Bolsonaro critica PSL e PT e indica veto a fundo eleitoral
Folha de S.Paulo: Reprovação do Congresso volta a subir e atinge 45%

4. Governo quer criar imposto sobre transações por celular

O governo federal estuda tributar transações feitas por celulares para criar nova fonte de arrecadação e desonerar a folha de pagamentos. A afirmação foi feita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta semana. Segundo ele, essa é uma das ideias em discussão. “Sempre consideramos que para desonerar a folha de pagamentos precisávamos de tributo sobre transações. Precisamos tributar transações digitais, precisa de algum imposto para isso. Estamos procurando essa base”, disse. A proposta original do governo era criar uma contribuição sobre movimentações financeiras, como a extinta CPMF, para reduzir impostos que as empresas pagam sobre os salários dos funcionários. Mas a ideia era também cobrar o tributo sobre todas as transações financeiras, incluindo depósitos, saques e até mesmo pagamentos em espécie. A proposta já tem oposição formada no Congresso e pegou bancos e fintechs de surpresa num momento em que o Banco Central vem adotando medidas para incentivar a competição no setor por meio de novas tecnologias. Para o dirigente de um grande banco, a medida é “um contrassenso completo” e “só causa mais tumulto”.

Valor Econômico: Guedes quer tributar transações por celular
O Estado de S. Paulo: Guedes descarta CPMF, mas quer tributar transação digital
Valor Econômico: Bancos veem contrassenso em CPMF digital

5. CEOs usam só 26% do tempo para assuntos mais relevantes

Os executivos brasileiros direcionam apenas 26% de seu tempo para tratar de assuntos importantes. Mais da metade de sua jornada é tomada por assuntos comuns. É o que revela pesquisa feita pela consultoria Blue Management Institute, realizada com 100 profissionais de alto escalão de 71 empresas com faturamento superior a R$ 1 bilhão. Segundo o levantamento, os CEOs trabalham 11 por dia, em média, e gastam cerca de uma hora e meia com deslocamento até a empresa. Com essa agenda, restam seis horas e meia para dormir e outras cinco para lidar com assuntos pessoais. “Os CEOs passam quase dois terços da vida dentro do escritório”, diz Daniel Motta, da consultoria. A análise também aponta que os executivos gastam mais de 30% do tempo com reuniões, que duram em média uma hora e 18 minutos. Boa parte do dia dos CEOs é ocupada por questões operacionais e eles  preferem o contato presencial ou telefônico, embora a maioria (84%) utilize meios digitais de comunicação.

Valor Econômico: CEO brasileiro passa quase 2/3 da vida no escritório

Brasilia Report

Acesse aqui o Brasilia Report, análise preparada pelo Consultor Sênior da JeffreyGroup em Brasília, Gustavo Krieger.